Conheço, descubro, redescubro, relembro, pesquiso, aconselham-me, umas vezes gosto outras não tanto mas adoro essa empatia com a música quando abro a janela e respiro fundo.
olho para este blog e vejo uma sala de estar ligada a um jardim de inverno, cheia de recantos e espaços diferentes. vejo aqui uma poltrona clássica, vejo mais à frente uma cadeira esguia e linear, vejo um espelho barroco e outro ali ao lado de linhas direitas. muitas plantas verdes dispersam-se graciosamente por todo o lado. a música é variada e em cima do aparador a máquina de café convida ao despique das conversas, atraídas por espaçosos sofás e almofadas gigantes espalhadas pelo chão. as paredes estão pontuadas por quadros, aqui e ali. as fotografias recordam-me a efemeridade eterna de cada momento. circulo pelas conversas, mudo de música.
A mulher divide-se em gestos particulares o homem divide-se também. Se o átomo é divisível só poeta o diz.
a mulher divide-se em gestos extremos coloridos arenosos destilados.
dois homens são duas divisões de uma casa que já foi um animal de costas para o seu pólo mágico.
A divisibilidade da luz aclara os mistérios. A mulher tem filhos. Descobrem-se partículas soltas um dedo mínimo o peso menos pesado da balança um cabelo eloquente em desagregação
Gestos estrídulos dividem a mulher o homem divide-a ainda.
ms eu não estou triste, ora essa...tá bem que não se conseguem ver os olhos e o sorriso e os gestos e as mãos mas eu, com estas mãos de que a terra já sentiu carícias (adoro mexer em terra!), afianço deste lado do jardim: the girl is fine, oh yeah.
Quero, um dia, dizer às pessoas que nada foi em vão... Que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades e às pessoas, que a vida é bela sim e que eu sempre dei o melhor de mim... e que valeu a pena.
Existe somente uma idade para a gente ser feliz, somente uma época na vida de cada pessoa em que é possível sonhar e fazer planos e ter energia bastante para realizá-los a despeito de todas as dificuldades e obstáculos.Uma só idade para a gente se encantar com a vida e viver apaixonadamente e desfrutar tudo com toda intensidade sem medo nem culpa de sentir prazer. Fase dourada em que a gente pode criar e recriar a vida à nossa própria imagem e semelhança e vestir-se com todas as cores e experimentar todos os sabores e entregar-se a todos os amores sem preconceito nem pudor. Tempo de entusiasmo e coragem em que todo desafio é mais um convite à luta que a gente enfrenta com toda disposição de tentar algo NOVO, de NOVO e de NOVO, e quantas vezes for preciso. Essa idade tão fugaz na vida da gente chama-se PRESENTE e tem a duração do instante que passa.
Mário Quintana
*E um beijo; o que te desejo está escrito no texto acima, nas palavras sábias de Mário Quintana :)*
substituam-se os cães por peluches e eis a visão para amanhã (?) do meu estimado estendal de roupa.
publicado por vague às 22.3.081 comments
Os dias assim
Gosto de dias assim. Dias de feriado seguidos de fim de semana em que não corro para lado nenhum para os aproveitar e que faço desabrochar a meu bel-prazer, sem nada ter marcado, tudo pode ser combinado no momento de seguir os impulsos do coração, da preguiça, ou da boémia que se esconde em mim como num discreto gato deitado num sofá. Atrás de mim a pasta com trabalho para adiantar, sendo que não será um drama se não pegar nela, na cozinha a parafernália de ingredientes a postos para confeccionar algumas refeições que descongelarei durante a semana ou então farei apenas o meu arroz-doce. Ao meu lado meia dúzia de livros disputa a minha atenção, que de si tem tendência para se dividir, generosa e distraída, dispersa. E as fotografias, as notícias, os amigos longe, a casa, o mar, o um dia voar, o sonho lá tão alto e eu pragmática a saber que vou conseguir, debruçada na realidade e a viver o presente. Pois foi longo e difícil o caminho mas foi nessa forma oblíqua que aprendi a ser feliz. Não se nota? :)
ps: não tenho nada a ver com Itália, mas encanta-me a imagem.
O Dia Internacional Contra a Discriminação Racial é comemorado todos os anos, no dia 21 de março. A data foi instituida pela ONU devido ao Massacre de Sharpeville, ocorrido na cidade de mesmo nome, na África do Sul, em 21 de março de 1960. Wikipédia
Massacre de Sharpeville
No dia 21 de Março de 1960, ocorreu na cidade de Sharpeville, na província de Gauteng, na África do Sul, um protesto, realizado pelo Congresso Pan-Africano (PAC). O protesto pregava contra a Lei do Passe, que obrigava os negros da África do Sul a usarem um cartão, no qual estava escrito a onde eles podiam e deviam ir. Cerca de cinco mil manifestantes reuniram-se em Sharpeville, uma cidade negra nos arredores de Johannesburg, e marcharam calmamente, num protesto pacífico. A polícia sul-africana conteve o protesto com rajadas de metralhadora. Morreram 69 negros, e cerca de 180 ficaram feridos. Após esse dia, a opinião pública mundial focou sua atenção pela primeira vez na questão do Apartheid, e aos horrores que estavam sendo realizados na África do Sul, no dia 21 de Novembro de 1969, a ONU implementou o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial, que passou a ser comemorado todo dia 21 de Março, a partir do ano seguinte. Wikipédia
Tenho sérias reservas no que à fidedignidade daInformação via internet diz respeito, e em particular à Wikipédia. Apesar disso utilizo-a ocasionalmente, com moderação e radares ligados, sem reverência e em convívio são. Como comentei no Blogville, a wiki é um sistema tão democrático que permite que qualquer pessoa, com muito, pouco ou nenhum conhecimento de causa acrescente conteúdos. Aliás, o grau de confiança que deposito na Informação da Wiki é tanto menor quanto maior é a minha ignorância sobre o tema que pesquiso. A resposta é continuar a pesquisar, cruzar informação e não acreditar no primeiro par de olhos bonitos que nos aparece à frente! :)
Gosto da Solange F. desde que a conheci no Curto-circuito da Sic Radical. Boa comunicadora, descontraída, de resposta pronta e atenta. Como se não bastassem aqueles atributos, é muito bonita, o que inevivitavelmente lhe reforça a presença. No vídeo acima Solange F. afirma a sua homosssexualidade, no contexto de uma reportagem na última edição do Expresso, em que 8 mulheres dão literalmente a cara pelas suas referência sexuais e isso só é notícia porque são lésbicas e porque a homossexualidade é ainda um tabu muito grande, aquele quarto escuro onde ninguém nunca esteve. Não vou fingir que para mim é normal ou que encaro com impassividade esta característica. Não sou de modas, se for moda aceitar ou, pior ainda, tolerar. O que sinto é que ninguém verdadeiramente escolhe se é atraído por mulheres ou por homens (ou por ambos, o que, convenhamos, parecendo ser situação ideal, não me parece que seja). Por ex, imagine-se que sou questionada sobre as minhas opções sexuais e quando eu respondo naturalmente que sou heterossexual, o inquiridor num mundo ao contrário, me diz que eu não sou normal e que o meu comportamento é desviante e perturbador. Até custa a imaginar, não é? Pois eu acho que para as pessoas homossexuais, este mundo é visto na pele como um mundo ao contrário.
publicado por vague às 19.3.086 comments
casa
como naqueles dias em que apetece não sair de casa, assim é o estado de espírito deste blog.
No tecto do mundo, onde eu um dia queria ir, há anos que o repito. Mas eu já disse tanta coisa um dia. Deverei acreditar-me?
publicado por vague às 19.3.082 comments
terça-feira, março 18, 2008
Aznavour
Como ainda faltam uns 992 posts sobre o Tibete, e para desanuviar, deixo aqui a minha tal de la bohème. Só para (des)conhecedores.
Occidor Ltd A Tibetan Nunnery at Garze, Sichuan Province
................................... ....... nAssinemos a petição.
Não podemos continuar a assistir impassivelmente como se não fosse nada connosco, à continuada invasão e extrema violência que a China tem vindo a exercer há mais de 50 anos sobre o Tibete e que atingiu nas últimas semanas dimensões inimagináveis para quem vê o seu próximo como igual a si, onde quer que tenha sido a sorte - ou o azar - de nascer.
Receio que a comunidade internacional não se queira impôr perante a China, economia emergente e país que, curiosamente, foi recentemente retirado pelos EUA da lista dos países violadores dos Direitos Humanos. Pois.
Cada vez mais os acontecimentos vão-me afinando a consciência de que a Política não é feita pelos governos mas por cada um de nós, individualmente e em solidariedade. É uma força que temos de interiorizar vivamente. Chamem-me utópica, vá.
...............................Paz porque preciso dela, porque faz parte do equilíbrio que diariamente procuro e que cada dia conquisto um pouco mais, mas sei, fruto do que se chama 'experiência factual da vida', que não é um dado adquirido, tal como o amor não o é. Como ele, morre se não a seduzirmos e não estivermos cientes de que tudo pode ser - é - efémero. Foi talvez a maior lição que a vida entendeu proporcionar-me, não me sobrando no entanto amargura, mas uma maior vontade de viver, maior que a vida que consigo abarcar.
E que é a paz para cada um dos que quiserem responder? : )
tenho alguma pena de ter decidido não ir mas tendo andado todo o dia na boa-vai-ela de sábado, cheguei ao princípio da noite ainda é uma criança, a desejar com volúpia o meu sofá azul e as almofadas todas do mundo.
e é assim e já de seguida que invento ao vivo em emissão directa para a blogosfera, a resposta ao desafio das 12 palavras, lançado pela Hipatia, Hippy para os amigos e MaryJane (nome falso para proteger a identidade da visada) para os inimigos, o nome dela tal como no b.i.
paz
muito e muito pouco
flores do campo
rosas
o nome daquela que me chama titi
paixão
lealdade
tudo e nada
doçura
alma
(e continua mas depois que agora tenho que apanhar ar) (mas já agora)
Depois de dar a volta à chave e ter fechado as portas do carro, ouvi:casa. Ouvia a palavra dentro do cérebro, pensava nos versos de Sophia, na música de Sakamoto, no sítio onde temos o coração. Estou feliz se a felicidade não for muito exigente hoje, e também cansada do dia e da formalidade, da simpatia e da imagem com que me sinto bem, mas que se cola demais e me disfarça o eu, asfixia-o como se eu não fosse mais ninguém a não ser a pessoa que está ali a trabalhar. E o tédio está perversamente à espreita. E dou comigo a pensar em ti, desejando partir em viagem para o sítio branco, só nosso, neve, frio, imensidão e aconchego, poesia nas mãos que só fizeram sentido entrelaçadas. E a frontalidade dos nossos olhos em duelo de paixão. E o sangue de um coração que nos bateu sem compasso, brutal no desejo da ternura e do corpo. O que desejávamos mais, a alma, o corpo? Talvez apenas tudo, sem medida e sem medo, no bailado perfeito das tuas mãos nos meus cabelos e dos meus dedos nos teus lábios, contorno perfeito.
Com este líder não vamos lá. Nem lá nem a lugar nenhum. Vamos afastar os incómodos, vamos constituir uma empresa de eventos e remodelação de símbolos partidários e vamos frequentar cursos para domesticar a arrogância. Que falta de sentido de Estado e de envergadura moral e política. Não era preciso muito. Mas um pouquinho ao menos.
Eu ando com o tempo marcado e a casa tem um ar casual (ler em Inglês) de acampamento, onde a roupa, livros e revistas se semeiam por secções permeáveis mas a minha planta maior não se pode queixar: não eram 6 horas da manhã e ela já estava transplantada no seu vaso novo.
Mas se quiserem saber não gosto do treinador temporário do Benfica.
E não digo mais nada. (Só de o olhar qualquer coisa revolta-se-me)
E não, não gosto deste tipo de posts que não se assumem. (Paciência)
publicado por vague às 12.3.082 comments
terça-feira, março 11, 2008
A dor dos outros
A ministra da Saúde Ana Jorge anunciou hoje a comparticipação em 95% dos medicamentos opióides, para tratamento da dor em doentes oncológicos em geral e dor considerada grave ou moderada no caso de doentes não oncológicos.
Saúdo neste anúncio o reconhecimento, dentro das prioridades do SNS, da temática "Dor". Dentro desta linha refira-se a existência de consultas de Dor em alguns hospitais e a necessidade de sensibilização para a premência de Unidades de Cuidados Paliativos. Um tema a explorar um destes dias.
Jean-Yves Thibaudet plays Erik Satie
publicado por vague às 11.3.081 comments
pausa para respirar...
Não se perdeu nenhuma coisa em mim. Continuam as noites e os poentes Que escorreram na casa e no jardim, Continuam as vozes diferentes Que intactas no meu ser estão suspensas. Trago o terror e trago a claridade, E através de todas as presenças Caminho para a única unidade.
João Henriques in jornal Público publicado por vague às 10.3.086 comments
domingo, março 09, 2008
W. Eugene Smith USA. NYC Harbour. July 1956. Nun waiting for survivors of SS Andrea Doria, an Italian ocean liner which collided with another ship near the coast of Nantucket. The survivors were brought to New York City.
Efectivamente, ela tem também uma faceta tão não graciosa como a que estas páginas querem demonstrar, mas omito-a para não lhe manchar a reputação de princesa encantada no meu reino de bonecas.
É como eu fico daqui a nada. A fazer o trabalho de quase duas pessoas, ando submersa em papéis, o que vale é que sou uma vague que sabe nadar e se organiza bem, isto é para logo, isto é para ontem, isto não sei sequer se é. Tenho pedalada - não tenho é tempo. Mas isto vai mudar, ó se vai: tiro as pilhas ao relógio e rasgo o calendário e acabou-se a ditadura.
Nota: Para que conste, tenho solidariedade para com as vítimas de esquizofrenia. É uma doença estranha que se apodera da mente da vítima e a segue. E destrói os outros à volta. Oxalá a Associação Encontrar+se ajude na des-estigmatização desta e de outras doenças mentais.
Leio jornais e vejo noticiários e não reconheço este país. O mau governo que temos, com políticas de cortar a direito, penalizando profissionais de várias áreas, como médicos, advogados, contabilistas, professores, a onda de violência crescente e aterrorizadora que assusta mesmo e nos faz desejar um tempo que nem é muito antigo em que Portugal era um país tranquilo e seguro, o desemprego, a pobreza, o alto custo de vida, os privilégios vergonhosos de algumas elites e, the last but not the least, a oposição liderada por Meneses, expressão paradoxal esta, deixam-me apreensiva. Não existe oposição e eu não me revejo no actual PSD, meu partido de sempre, sobretudo quando Cavaco Silva comandava o governo, altura de rigor, de confiança e sim, com algumas crispações sociais também. Assim é que não. Com o país a abarrotar de manifestações contra o governo na área do futuro como é a Educação, manifestações justas com que me solidarizo, o Luís Filipe Menezes diz que uma das suas prioridades é tirar a publicidade da RTP? Ora batatas!
publicado por vague às 3.3.080 comments
.........................................~...................lança campanha associada à música para combater o estigma da doença mental.
Projecto concebido por Zé Pedro Reis (Xutos) em parceria com a Paula Homem e o Pedro Tenreiro tem a sua primeira edição já na próxima Quinta-Feira.
No passado mês de Outubro a Encontrar-se - Associação de Apoio às Pessoas com Perturbação Mental Grave- lançou uma campanha de sensibilização para travar o estigma da doença mental. Desenvolvida em parceria com a agência criativa Loewe e com a agência de meios Tempo OMDa campanha decorre em duas fases e tem com principais objectivos
- iniciar um processo de sensibilização do público para as doenças mentais, através de um projecto positivo e construtivo que se desenvolverá de forma continuada no tempo;
- contribuir para a gradual substituição dos estereótipos ligados à doença mental que contribuem para a discriminação e isolamento das pessoas que sofrem directa e indirectamente de doença mental, no sentido de melhorar as atitudes de que são alvo;
- promover o aumento do conhecimento da natureza das doenças mentais e alternativas de tratamento, no sentido de incentivar a atempada procura de tratamento e o aumento de esperança daqueles que sofrem directa e indirectamente de doença mental e possibilitar, com base na informação referente à natureza das doenças mentais e alternativas de tratamento, a gradual diminuição do peso associado à doença mental, no sentido de facilitar a vivência, directa e indirecta, desta realidade.
A segunda fase desta campanha tem inicio já no próximo dia 10 de Janeiro com o lançamento do movimento UPA - – Unidos para ajudar, cujo mote é “Levanta-te contra a discriminação das doenças mentais”. Nesta fase o movimento UPA aposta num projecto de associação à música portuguesa.
Todos os meses, a partir de Janeiro do próximo ano, duas personalidades marcantes da nossa música irão colaborar na gravação de uma canção alusiva aos temas propostos pela Encontrar+se, tendo sempre como ponto de partida duas palavras (ou atitudes...) antagónicas, procurando desta forma alertar para a necessidade de uma mudança de mentalidades na forma como a doença mental é encarada entre nós. Serão dez temas que, um a um, mês após mês chegarão até nós.
DATA, TEMA, MÚSICOS, GRUPOS
Janeiro 2008 DISCRIMINAR / INTEGRAR Xutos e Pontapés / Oioai
Fevereiro 2008 NEGAR / ASSUMIR Rodrigo Leão / J.P Simões
Março 2008 SEPARAÇÃO / UNIÃO Camané / Dead Combo Abril 2008 MEDO / COMPREENSÃO GNR / The Gift Maio 2008 CULPA / TOLERÂNCIA Sérgio Godinho / Xana Junho 2008 VERGONHA / ACEITAÇÃO José Mário Branco / Mão Morta
Julho 2008 DEPENDÊNCIA / AUTONOMIA Cool Hipnoise / Tiago Bettencourt
Agosto 2008 OFENDER / RESPEITAR Paulo Gonzo / Balla
Setembro 2008 DESESPERO / ESPERANÇA Mariza / Boss AC
Outubro 2008 SOLIDÃO / FRATERNIDADE Jorge Palma / Clã
O projecto foi concebido pelo Zé Pedro Reis (Xutos) em parceria com a Paula Homem e o Pedro Tenreiro, e terá a direcção artística e produção de Nuno Rafael, conceituado músico e cúmplice habitual de Sérgio Godinho. Paralelamente serão feitos videoclips (30’) da música, e um cartaz com uma ilustração do tema do mês. Sempre que mensalmente se inicie a divulgação de um tema, é intenção da ENCONTRAR+SE disponibilizar em formato digital o mesmo no seu site, sendo esta uma forma de atrair as pessoas ao site onde se disponibilizará informação complementar sobre diferentes temas ligados à doença / saúde mental (fichas informativas, links, entre outros). “O UPA procura, de forma responsável e alegre levar as pessoas a dar o pequeno passo que fará toda a diferença no entendimento e aceitação das doenças mentais. Este “levanta-te contra” é tanto dirigido às pessoas que não aceitam, adiam, negam e vivem em sofrimento por causa de uma doença mental, como para qualquer um de nós que ainda lida mal com esta realidade.” Filipa Palha - Coordenadora do Projecto Encontrar-se Sobre a Encontrar-se A “ENCONTRAR+SE” é uma Instituição Particular de Solidariedade Social, de utilidade pública, sem fins lucrativos, que surge da necessidade de desenvolver soluções para as dificuldades encontradas no desenvolvimento, implementação, avaliação e investigação de respostas adequadas às exigências próprias da reabilitação psicossocial da pessoa com doença mental grave. “A estigmatização dos doentes mentais continua a ser uma realidade. As pessoas doentes ou diminuídas mentais confrontam-se com medos e preconceitos que aumentam o seu sofrimento pessoal e agravam a sua exclusão social” (Livro Verde sobre a saúde mental, 2006).
A poesia é ao mesmo tempo um esconderijo e um altifalante.
Nadine Gordimer
. . Parafraseio, acrescento: os blogs também.
publicado por vague às 1.3.082 comments
40!
Levam avanço só até elas fazerem 40 :)
Os 30 são uma idade bonita de dizer que se tem, altura que é, normalmente, de força, de sedimentação do percurso académico e/ou profissional. É o tempo em que uma mulher se sente tão jovem como se tivesse 20. Quando dobrei o cabo da boa esperança e pus os pés nos 30, fi-lo com leveza e sem nenhum questionar existencial das duas décadas que já roubara ao século. Depois fui fazendo 31, 32, 33, 34, 35, 36, 37, 38, 39 e finalmenteestou nos 40 anos, em pleno, ainda a habituar-me a responder: 40. E penso: Eu que sempre disse que a idade não é importante, eu que disse que nunca esconderia a idade, com receio talvez das estigmatizações quase inultrapassáveis...mas que raio! porque resisto a pôr no perfil a minha idade? abdico daquilo em que acredito por causa da forma como os outros me podem percepcionar? Cada um que percepione o que entender de mim, não sou responsável por isso nem quero saber, se querem saber. Gosto do anonimato, excepto quando tenho que enfrentar alguém. Aí, sem ser corajosa, gosto de dar a cara, ou o nick, falando na blogosfera. É que não dar a cara quando se ataca ou se discorda é um bocadinho fácil e demasiado vulgar, quiçá até cobarde e eu gosto de ser original. Vaidade pura, que hei-de fazer? E não posso viver a minha vida pelas percepções e preconceitos dos outros (nem dos meus, embora), lição que me custou a interiorizar, dividida entre o que queria e a aprovação dos outros. Isto a propósito de? Ah sim, o encontro, face to face, com os 40's. Há a dizer que foi um pouco estranho, sobretudo porque não nos conhecíamos. Não me estava a reconhecer pois na omissão declarada da idade no perfil, por tudo o que atrás disse. Outra coisa que costumava dizer é que não pintaria o cabelo quando começasse a ficar com cabelos brancos. Mas pinto, experimento as cores do supermercado, experimento. Mas a verdade é que a genética me abençoou (whatever it means here) nesse domínio e apenas alguns fios prateados afoitos abrem caminho. Cada vez mais longe, é certo. Se eu tivesse coragem deixaria o cabelo embranquecer naturalmente. Quem sabe um dia. É a escolha pela diferença, é a demarcação da uniformização da cor do cabelo de (quase) todas as mulheres a partir dos 30's. Até eu já fiz madeixas. Uma mulher bonita, sendo que a beleza é sabermos tirar partido das nossas características e dos nossos defeitos, maquilhada com mestria ou casual chic sem nada, com um bom corte de cabelo e o cabelo a embranquecer...é bonito de ver.
- 40. - A sério? - É. (sorriso vaidoso)
E tendo sido entre os 27 e os 30 e tal que vivi o que até hoje foi o tempo mais chuvoso da minha vida, em que vi literalmente ou quase, a escuridão e a sombra dos dias e entre eles o sol, quando me levavam da enfermaria para a zona de exames do hospital, deitada numa maca enquanto ele esse mesmo sol sorridente me beijava o corpo quieto e magoado, inteiramente quieto e inteiramente dependente durante uma temporada, foi por isso também que sei que para mim é verdade:A vida começa aos 40 (interpretar num sentido não literal, please) e há que viver intensamente cada momento bom, cada momento de sol e de novo o prazer daquele sol me invade intensamente.
(acho que ainda me arrependo e apago este post. calma, vague, não estás a dizer nada de especial, aliás estás e é muito bonito. estou, sim, isto é íntimo. e tu achas que ficas refém dos outros por isso? acho que não porque eu não permito familiariedadezinhas, falo como ser humano que sente que tem demasiado dentro de si. então não apagues. sim, eu sei demarcar-me e sei des-confundir as coisas quando se impôe. se apagar, apago. todos nós nos apagamos um dia.)
publicado por vague às 1.3.089 comments
Isto é tão bonito
(...) meu amor, larga a tristeza à porta do meu corpo e nada temas: eu já ouvi o silêncio, já vi a escuridão, já olhei a morte debruçada nos espelhos e estou aqui, de guarda aos pesadelos a noite é um poema (...)