La marée haute
Mapa
O teu corpo um mapa onde solitária mergulho
corpo que se acende em mim, vive e transborda
e cada letra do abcedário uma chave
tu o cofre, mapa que percorro com as mãos quentes
tentando adivinhar-te onde te dói mais o grito
e no meu olhar cresce o brilho
em todas as carícias te encontro
e cabes inteiro nas minhas mãos cheias
talhados que fomos à medida do encontro
e caibo inteira ns tuas mãos cheias
Das pontas dos meus dedos nascem asas
contorno-te a boca de desejo num voo
difusos os sentires no corpo suado
sexo palavra breve
breve
completa Esta foi uma resposta a um desafio da
Hipatia nos idos ano e mês de Janeiro de 2007. Sempre me fascinaram os mapas. Gps é batota :)
Ajoelhou-se
em frente da linha e esperou pelo comboio.
Afinal a loucura
Muitas vezes há mais bom senso numa única pessoa do que numa multidão.Fedro
Quando você não chegou
Aquela estrela deu sinais de cansaço.
As borboletas abandonaram as asas
E as entrelinhas do tempo
Agouraram silêncios.
Havia um código secreto
No universo incógnito daquela ausência.
Vaga-lumes ruminaram verdades
E filosofias diversas
Brotavam das estrias da terra.
Era uma quase noite
Ao sol do meio dia
E o meu coração não deu fé
Daquela imensidão sentida.
Viu apenas da estrada torta
Recoberta de cascalho pobre.
E só um pensamento me ocorre:
Em meu apogeu
Esta estrada
Sou eu.Nara Rúbia Ribeiro
"Sou responsável pela minha flor", disse o principezinho - ou a história ao contrário
"... farei o possível para não amar demais as pessoas, sobretudo por causa das pessoas. Às vezes o amor que se dá pesa, quase como uma responsabilidade na pessoa que o recebe. Eu tenho essa tendência geral para exagerar, e resolvi tentar não exigir dos outros senão o mínimo. É uma forma de paz..."
Clarice Lispector
Etiquetas: Clarice
(*.*)
Lembrares-te que mais cedo ou mais tarde vais morrer é a melhor forma que eu conheço de evitar a armadilha de que temos alguma coisa a perder. Nós já estamos nús. Não existe nenhuma razão para não seguirmos o nosso coração. Steve Jobs
1955-2011
As razões do amor, título posto à pressa e sem pensar muito
Nunca sabemos se atingimos um limite
e escrevemos talvez para criar um contorno
que nos dê a ilusão de estarmos no mundo
ou nos dê o mundo nessa ilusão do mundo
Por isso escrevemos com um felino vagar
como se fôssemos sentir o ardor plácido da terra
e construir uma translúcida torre
à beira da qual o mar lavasse os obscuros pensamentos
Sabemos que o além também está nos limites
e que se não há limites todo o além se perde
Assim cada palavra caminha para uma morada
em que o corpo possa encontrar a flexível integridade na
lucidez de um contorno.
António Ramos Rosa
Etiquetas: e as palavras e os poemas