Dizem os ventos que as marés não dormem esta noite. Estou assustada à espera que regresses: as ondas já engoliram a praia mais pequena e entornaram algas nos vasos da varanda. E, na cidade, conta-se que as praças acoitaram à tarde dezenas de gaivotas que perseguiram os pombos e os morderam.
A lareira crepita lentamente. O pão ainda está morno à tua mesa. Mas a água já ferveu três vezes para o caldo. E em casa a luz fraqueja, não tarda que se apague. E tu não tardes, que eu fiz um bolo de ervas com canela; e há compota de ameixas e suspiros e um cobertor de lã na cama e eu
estou assustada. A lua está apenas por metade, a terra treme. E eu tremo, com medo que não voltes.
"Existirmos - a que será que se destina? Pois quando tu me deste a rosa pequenina Vi que és um homem lindo e que se acaso a sina Do menino infeliz não se nos ilumina Tampouco turva-se a lágrima nordestina Apenas a matéria vida era tão fina E éramos olharmo-nos, intacta retina: A cajuína cristalina em Teresina"
Escreve, se puderes, pois meu corpo oscila, veloz, no círculo do vento escreve.. antes que o sol sangre de mim. Escreve, se puderes, hoje ainda, assim o grão de teu corpo o permita escreve... antes que a nostagia desça sobre nós. Escreve, se puderes, contra a morte, até se perderem tuas ávidas mãos escreve... antes que em meu colo caiam mutiladas.
O fio da navalha, de Somerset Maugham. Li-o há um bom par de anos e ajudou (?) a desfazer a ideia romântica de que o amor pode ser superior a tudo. Na verdade não tem de ser necessariamente assim. É um livro belíssimo e Mr. Maugham é um autor maravilhoso.
Cem anos de solidão, de Gabriel Garcia Márquez. Aquele início simples e arrebatador. Aquele entrar na história a pouco e pouco. Aquele não conseguir parar de ler e manter o interesse até ao fim. Tanto mundo.
A família, de Mario Puzo. Um retrato que quase me doeu de uma época violenta da história, onde o que mais contava era o poder. Político, económico. O amor subjugava-se-lhe, a morte acontecia sem pudor. Lutas fratricidas, ódios de gerações e, claro, amores impossíveis.
Pássaros feridos, de Colleen McCullough. Peguei nele sem grande fé e acabei por ficar rendida a uma Austrália imensa e a um encantatório amor. Não foram felizes para sempre mas foram intensamente felizes e aposto que Meggie não se arrependeu uma única vez de ter escolhido, entre todos os homens, o padre Ralph.
Paula, de Isabel Allende. Uma história pesada e autobiográfica que foi uma catarse para a autora, na medida em que descreve episódios e sentimentos vividos durante a fase da doença e morte da filha. O meu sentido de oportunidade fez-me lê-lo em longa convalescença que já passou.
Fahrenheit 451, de Ray Bradbury. A coragem de ir contra as regras e de fugir do medo.
O rosto de Deus, de Ana Teresa Pereira. Imensa. Escrita intensa e fluida e uma atmosfera irreal.
O fim da aventura, de Graham Greene. Sempre o amor.
Três homens num bote, de Jerome K. Jerome. Porque é um dos livros mais divertidos que alguma vez li.
A quem vou passar isto, hum? Voluntários, cheguem-se à frente! Vanus, aproveita esta oportunidade para te voluntariares :)
publicado por vague às 26.9.074 comments
Quanto mais o braço está aconchegado e apertado ao peito, melhor para o respectivo conforto e melhoria e pior para o meu pescoço, já que a relação é inversamente proporcional, e este mostra sinais de uma suave violência avermelhada. Afinal a "baixa" não está a existir lá muito, não. As horas do dia sucedem-se cheias de coisas dentro e urgências emergentes. Estou can-sa-da. Não era isto que estava previsto há uma semana. Tenho livros para ler e filmes para ver neste tempo em que é suposto eu estar em casa a determinadas horas para oferecer um cafézinho aos fiscais da SS caso surjam, que eu estou em prisão domiciliária por horário e atestado da médica embora todos os dias tenha vindo a alargar o horário de permanência no exterior. Pelo que, do que tenho aqui ao lado, tudo continua intacto. E são, aleatoriamente: A primeira série completa do Dr. House, de que toda a gente fala e que nunca vi. Leitura dinâmica, de Ricardo Soares (porque é imprescindível ler mais e mais depressa) Satisfação, a arte do orgasmo feminino, de Kim Cattrall (porque sou pela saúde global) Um bom homem é difícil de encontrar, de Flannery O'Connor (porque um romance faz sempre falta) Executive Digest (porque tem artigos interessantes e uns sapatos vermelhos na capa). Happy (porque é grátis) Activa, não me lembro mas se a comprei há certamente um motivo. Mas agora o que me apetece mesmo é pegar em terra e desfazê-las nas mãos, andar à chuva, sentir o vento a passar dentro das árvores e adormecer ao colo.
Hoje fiz umas compras num pequeno supermercado já estrangulado pelas grandes superfícies anónimas e dentro do contexto da conversa, observa o dono do mesmo:
Hoje não há convivência entre as pessoas.
E eu penso no quanto aqui nós 'comunicamos' e 'partilhamos' ideias e estados de espírito e o quanto isso é precioso e enriquecedor. E o quanto estamos afastados uns dos outros, pelo menos fisicamente. Aqui falta o olhar, o toque. É verdade que tenho aqui mais conversas e me exponho mais que lá fora mas não o lamento nem acho estranho. E tenho conhecido através disto pessoas bonitas das quais algumas fazem hoje parte do meu grupo de amigos e quem me conhece sabe que encaro a amizade como algo precioso e nada banal, um pequeno tesouro que se dá a quem provar merecê-lo, depositando-o com cuidado em mãos que se abrem e se estendem, despojadas.
Em breve falarei sobre pontes e cruzamentos entre realidadess, virtual e material, bem como da necessidade (ou não) ou desejo de tocar quem está do outro lado do écran. E tocar tem o significado vasto de olhar nos olhos, aferir da correspondência, estar no mesmo espaço físico. Afinal o homem é um ser gregário e essa apetência não se esgota nem se satisfaz na virtualidade... pois não?
Agora vamos para intervalo e aproveitamos para ver um clip! Não saia do seu lugar! :)
publicado por vague às 22.9.078 comments
Xutos - Sémen
Foi talvez o meu primeiro contacto com os Xutos e um dos primeiros vinis
lembram-se, ó geração minha, dos singles e dos LP's?
que comprei na pré-adolescência. Simbolo de uma idade e de uma época para uma miúda que começava a querer entender o mundo e entender-se a si. Ainda não terminou o processo. Continuará miúda? :)
E o próximo passo será sair para um café e um cigarro (o cigarro é só para ficar bem na frase, ê na fumo), ir à biblio, trazer livro, cd e dvd e gozar a minha baixa, descansando o mais possível o braço amarrado ao peito para prevenir recidivas e, muito importante!, encarar as duas semanas que faltam como um tempo para trabalhar sem stress, a partir de casa, sem trânsito e cansaço associado. Na verdade, acho que vou ser mais produtiva. :)
Era tão distraída que se sentou na linha de partida e sonhou que tinha chegado.
publicado por vague às 22.9.070 comments
Madeleine
Causa-me alguma estupefacção a contratação de dois dos mais conceituados advogados ingleses e do bastonário da Ordem dos Advogados para defesa dos McCann, bem como de um assessor do governo britânico, que renunciou ao cargo (!) para iniciar funções de assessoria com o casal.
Parece-me, sem querer dar palpites fáceis (conheço várias pessoas que desde o início, sempre suspeitaram dos pais, embora só agora tenham revelado as suspeitas iniciais...,devia ser para não serem recrutados pela PJ para auxílio), que a investigação e todas as provas recolhidas, sobretudo se se mantiver a ausência de corpo, irão embater no edifício legal da argumentação, subjectividade e construção de dúvidas e que, mais que os factos, pesarão no desenvolvimento processual a experiência, manhas e perícia dos advogados. Será?
Das duas uma, no cenário actual tal como o vejo e sem ser espectadora fiel: ou os pais são responsáveis directos na morte de Madeleine ou estão a ser vítimas de um diabólico embuste extraordinariamente bem montado para os incriminar. Só alguma destas opções me parece justificar toda a parafernália mediática e legal que tem vindo a ser alimentada.
Mas isto é o meu palpite fácil.
publicado por vague às 22.9.070 comments
sexta-feira, setembro 21, 2007
se o vento é a ignição
se o vento é a ignição das árvores venha o temporal, elas ateadas sobre as nossas cabeças, desmembradas da terra como voadores desajeitados, meu pai já conheço o vão da tua fome, peço-te, faz de mim uma colher divina
(...) Lemos de mais e escrevemos de mais, e afastámo-nos de mais – pois o preço era muito alto para o que podíamos pagar – da alegria das línguas. Ficaram estreitas passagens entre frio e calor e entre certo e errado por onde entramos como num quarto de pensão com um nome suposto; e quanto a tragédia, e mesmo quanto a drama moral, foi o melhor que conseguimos. (...)
Elizeth, "A Divina", vive e canta Barracão como ninguém. Desde a primeira vez que a ouvi fiquei rendida à magia desta voz e a esta interpretação portentosa que atravessa o peito e o dilacera.
é, segundo o Luis Eme o nome da iniciativa que sugere no dia de hoje (Dia da mobilidade) aos munícipes de Almada a deslocação para o trabalho de...bicicleta. Creio que a ausência de ciclovias na zona fará esta iniciativa mudar de nome e para o ano teremos a Câmara Municipal de Almada a anunciar alegremente a Operação dói-dói trrim trrim.
publicado por vague às 19.9.070 comments
E agora, José?
Quando se imagina que uma determinada condição física de limitação e dependência se pode arrastar no tempo e à espreita está a imensa dúvida da recuperação, há que adaptar a vida e os planos aquilo que só acontece aos outros. Como na reportagem da sic, lembram-se? Que nome fantástico e persuasivo lhe deram, não poderia ser melhor que este: "Só acontece aos outros" - um nome que é um murro no estômago da nossa independência. Quando o caso não é grave nem tem toque de irreversível, a dependência é uma imensa maçada, pois é, limita-nos muito, faz-nos depender dos outros para coisas básicas do dia a dia, mas sabemos que amanhã, dali a uns dias, três semanas ou dois meses estaremos na posse da nossa independência. E como ela sabe duplamente bem quando é reencontrada. Imagino que haverá alguém que se reverá numa ou noutra das circunstâncias pelas quais faço voo rasante e de fugida.
Adia-se porque se pode adiar. Se não há razões para adiar, vai-se, com apoio dos outros, dependente, mas quem é que pode em rigor dizer que é independente? Rodeamo-nos de computadores, de máquinas que nos poupam tempo e fazem as coisas por nós, vamos ao supermercado on-line, vamos ao Espaço, podemos trabalhar em casa, temos dinheiro e podemos comprar o mundo, quem é que precisa de alguém?
É tudo uma ilusão de independência e autonomia. O homem mais livre é aquele que menos precisa de bens materiais para viver. O que não precisa do telemóvel que lhe controla os passos e o deixa à mercê do mundo; o que não faz sacrifícios para ter a roupa de marca nem para ter o carro que impressiona os amigos; o que sabe que a vida é um momento breve que dura umas dezenas de anos e depois
publicado por vague às 19.9.072 comments
Finalmente (embora saibas que não há nem fim nem princípio): deves dizer ainda que há uma rosa de espuma no teu peito e que o seu perfume não se esgota. E que lá também existe uma fonte onde bebem as flores silvestres. Mas não humildes, como ias chamar-Ihes: altas como as espigas do vento, que no vento se esquecem e que no vento amadurecem.
De novo o exercício da paciência. Apoiada na mão esquerda enquanto a direita se abraça ao peito, amorosa, estado de paixão que se prolongará por 3 semanas, consigo mesmo assim, sem demasiado esforço utilizar o computador e escrever com ela, a minha preciosíssima mão direita (sou dextra). Convém no entanto poupar ao máximo o braço dorido, pelo que agora mesmo troco a mão que escreve e passo a utilizar a esquerda, exercitando assim - dizem - áreas do cérebro diferentes das habitualmente utilizadas. Sempre achei o óbvio. Se vivermos por algum tempo com algumas limitações físicas, as coisas que dantes se fazem automaticamente e sem consciência adquirem o valor de proezas pelo custo que representam: e aqui fala-se da dificuldade, lentidão, paciência e a constante atenção ao presente.
publicado por vague às 17.9.078 comments
repara que ainda não desfez a mala e que a luxação no braço (nome que se dá à dolorosa e gritante experiência em que o ombro sai do lugar) o vai obrigar a andar 3 semanas de braço ao peito e com os planos adiados. Tudo pode mudar no último momento. Espera-se que o facto de escrever não canse toda a zona que foi objecto de tratamento de choque reagindo com um sonoro estalo. Mãeeee!
publicado por vague às 17.9.071 comments
E se de repente
depois de ter as malas malas feitas e o voo marcado para dali a duas horas, escorregasse ao sair de casa obrigando o braço a aparar a queda?
publicado por vague às 17.9.074 comments
Porque é que no YouTube o som é sempre tão baixo? Eu coloco o volume do som no máximo, tanto no pc como no wmp e mal consigo ouvir o som. Isto só acontece no YouTube, não em cd's ou na rádio. Alguém me consegue dar explicação ou pista? Obrigada :)
publicado por vague às 15.9.071 comments
3 anos de vida nesta data querida para a menina titi vague,
que foi como a minha sobrinha adorada me cantou os parabéns, ela que tem menos 2 meses que este blog,
para a menina titi .... muitas felidades,
Pois é. 3 anos. É bom estar aqui com vocês.
publicado por vague às 12.9.078 comments
the marvellous chaos within
Preciso de me organizar. Rever as prioridades e permitir-me ao mesmo tempo ser flexível o suficiente para aceitar o que a vida tem para me dar (?) Deverei aceitar o que ela me dá? Procurar aquilo que acho que está certo? Guio-me pelo princípio do momento? Ela (a dita) tem-me ensinado que pensamentos que tinha, dogmas e os eu nunca e eu sempre foram e são redefinidos. A capacidade de julgar numa perspectiva maniqueísta esbate-se. Esbate-se? Ou será o que digo a justificação para os relativismos dos comportamentos e inseguranças que tenho e tenho vindo a descobrir? Não me respondam, mais que respostas eu preciso de perguntar. Ou então falar falar falar com alguém que me oiça e aceite e sem se colocar do meu lado nem contra mim consiga fazer o mesmo caminho. O que não acontecerá. Este caminho é só meu. Como é que se pode desejar não estar sozinho e querer ao mesmo tempo estar?
publicado por vague às 12.9.0712 comments
terça-feira, setembro 11, 2007
Lhasa - La Confession
"Sur la marée haute je suis montée la tête est pleine mais le coeur n'a pas assez."
tenha sido uma das que mais nos chocou senão a que mais nos confrontou e fez doer - não sei se pelo desespero, abandono ou desapego se pelos braços que parecem voar.
publicado por vague às 10.9.073 comments
Homens que são como lugares mal situados
Homens que são como lugares mal situados Homens que são como casas saqueadas Que são como sítios fora dos mapas Como pedras fora do chão Como crianças órfãs Homens sem fuso horário Homens agitados sem bússola onde repousem
Homens que são como fronteiras invadidas Que são como caminhos barricados Homens que querem passar pelos atalhos sufocados Homens sulfatados por todos os destinos Desempregados das suas vidas
Homens que são como a negação das estratégias Que são como os esconderijos dos contrabandistas Homens encarcerados abrindo-se com facas
Homens que são como danos irreparáveis Homens que são sobreviventes vivos Homens que são como sítios desviados Do lugar
Depois de termos ido ao museu do Tio Joe, ia-te convidar para a Wold Press Photo, Sara, mas vejo que ontem foi o último dia. Que sentido de memória tão inoportuno. Até ao Rufus Wainwright, Novembro, who knows? Vais, Bird?
publicado por vague às 10.9.070 comments
domingo, setembro 09, 2007
The Chandelier Scott Mutter
"For thirty years, Scott Mutter has employed classic photomontage techniques to create a world of his own -- a more perfect world. The hallmark of Mutter's remarkable imagery is the distinct sense that the elements of each picture belong together, even though the combination may violate the laws of physics." publicado por vague às 9.9.070 comments
Por que não cai a noite, de uma vez?
Por que não cai a noite, de uma vez? — Custa viver assim aos encontrões! Já sei de cor os passos que me cercam, o silêncio que pede pelas ruas, e o desenho de todos os portões.
Por que não cai a noite, de uma vez? — Irritam-me estas horas penduradas como frutos maduros que não tombam.
(E dentro em mim, ninguém vem desfazer o novelo das tardes enroladas.)
tenho ido vagamente aos blogs. espreito aleatoriamente, pouco comento e regresso. penso que é normal sucederem-se, a períodos de frenética actividade comentadora, outros de acalmia, de contemplação, de encontro com os poetas, com a fotografia, com o cinema, os actores e as actrizes, com a estética e a beleza, com os objectos feitos arte. o mês de agosto cá em casa foi assim. e como me deu prazer este meu lado contemplativo.
publicado por vague às 9.9.075 comments
há pessoas que vestem a roupa, que a usam para revelar o seu estilo, a interpretam. a outras é a roupa que as veste, que se serve delas, que lhes dá identidade e quase visibilidade. difícil separar? atitude. a diferença está na a-ti-tu-de...
publicado por vague às 8.9.070 comments
Para arder no lume da intensa doçura é preciso desviar a palavra do seu alvo redondo e balbuciar vacilando em verdes veredas o som vegetal da nua imperfeição
Ao acaso, sem mais referências que estas e sem me seduzirem demasiado por si mesmos, ou por aquilo que da sinopse li, deixo a curiosidade planar. De vez em quando é bom aceitar o risco de não vir a gostar nada,
, voltei à direita e caí no chão, de-va-gar (vi-me a cair em câmara lenta naqueles segundos) o rapaz sentado na esplanada a beber cerveja sentado ficou - é verdade que me levantei acto contínuo a ter caído, mas - a mulher que passava eu caída no chão quase no ar, precisa de ajuda?, não obrigada e dignamente alisei a roupa e a postura surpreendida estranha
publicado por vague às 4.9.076 comments
Amanhã voltarei ao ritmo solar No céu azul os aviões passarão Quasi devagar
Sophia de Mello Breyner Andresen
publicado por vague às 4.9.070 comments
segunda-feira, setembro 03, 2007
Imogen Cunningham (1883-1976)
publicado por vague às 3.9.070 comments
às vezes no poema
é preciso voltar atrás retocar o que se terminou deslizar imperceptivelmente as mãos em movimentos de asas fazê-las atravessar como num quadro de ardósia o espaço do poema apagá-lo fingir simular o voo.
publicado por vague às 3.9.070 comments
Mas tu pensas que o mar te não esqueceu: por isso voltas cada ano a esta praia onde tudo o que permanece te ignora; e encaras o mar como se fosses tu, ainda tu, quem recebe na face a mudança dos ventos.
Luís Filipe Castro Mendes
publicado por vague às 3.9.072 comments
(...) As florestas são imensas bibliotecas, e até há florestas especializadas, com faias, bétulas e um letreiro a dizer: «Floresta das zonas temperadas».
É evidente que não podes plantar no teu quarto, plátanos ou azinheiras. Para começar a construir uma biblioteca, basta um vaso de sardinheiras.