Hoje visitei a exposição da Fundação La Caixa, espanhola, no Museu Berardo. O tema - Espaços sensíveis - gira à volta do espaço, espaço em que nos movemos, o lugar das coisas no espaço, os objectos no espaço, o nosso corpo no espaço. Ficou-me uma frase de apresentação de uma das obras expostas, da autoria de Ernesto Neto (a obra, a frase não sei) : "Sentir o espaço como um lugar para o nosso próprio corpo". A arte, esse outro olhar sobre o mundo, tem destas coisas: leva-nos, se nos permitirmo-nos estar receptivos, a fazermos um outro registo de leitura, ou dois, três, deixarmo-nos levar.
A propósito de espaço, lembro-me do conceito dos não-lugares. Aeroportos, auto-estradas, supermercardos, por natureza locais de passagem, sem identidade, a que ninguém verdadeiramente pertence. E que não pertencem a ninguém. E isto seduz-me, esta terra de ninguém.
Em vez de se discutir a flexibilização das leis do divórcio, devia abolir-se o casamento contrato civil. É que esse contrato, como qualquer outro, tem deveres e direitos, sendo que a violação de deveres contratuais implica responsabilidade e ressarcimento da parte lesada. Assim sendo deverá o casamento ser contrato? prima 1 se sim prima 2 se não.
Sei que para mim casamento é a tal comunhão de vida. Por isso ousei dar dois passos opostos, cada um a seu tempo, o de contratualizar e o de descontratualizar. Sou uma pessoa romântica e sei que a pior solidão que existe é a solidão com uma pessoa ali ao lado. E, no fundo bem lá no fundo acredito, envergonhada de tanta singeleza, que o casamento pode ser isto, a love affair that lasts forever.
(e tendo em linha de conta que as aparências podem iludir) para esses há o divórcio.
Não é?
Na rtp 1 no Prós e Contras fala-se na nova lei do divórcio, tema fracturante. As duas partes degladiam-se com paixão (falo dos convidados da Fátima, não dos cônjuges).
A Google oferece 10 milhões de dólares a quem apresentar uma ideia que possa ajudar o maior número de pessoas. O projecto surge no âmbito do décimo aniversário da empresa norte-americana.(...)
A dançar à chuva e o Pestana Palace aqui tão perto
É, ando com pouca vontade de deambular. Ou se calhar reformulo e digo antes a verdade se disser que não faço outra coisa. Deambulando (esta palavra não lembra nuvens, cabelos escadeados, camisas de noite debaixo de gabardines e o singing in the rain? a mim lembra), entro onde, não sei, em lado nenhum, perco-me no espaço das coisas invisíveis. Não me apetece ler blogs, o simples acto de clicar num blog que não seja o meu (podem odiar-me agora) ou ler o que não seja jornal e revista, dá-me uma planura, não sei se esta palavra existe, mas mesmo assim. Planura terá a ver com imobilidade do gesto que se contém, se domina, num exercício masoquista de sei lá do que estou a falar. Pistas não dou, preciso de encontrá-las primeiro. Ah a suprema liberdade de escrever tolices ou nem tanto, de dizer alguma coisa não dizendo coisa nenhuma, de espalhar enigmas transparentes e de me esconder atrás desta transparência toda...Ah, mas quando vos leio e me entranho...! Hoje (e)s(t)ou caseira única do meu reino e alguém acabou de bater à porta. É o João Pestana. Entra, atiro-lhe, à laia de cumprimento, não demoro, estou a acabar um post.
Notícias boas. Aliás, muito boas. Elvira Fortunato, portuguesa, faz parte da elite científica mundial. Esta notícia areja a(s) semana(s) de desgraças com que somos bombardeados: insegurança geral, corrupção, assaltos a bancos, a gasolina que não desce, a criminalidade a aumentar, blá blá blá.
A investigadora parece não ter dúvidas sobre a capacidade de continuar a inovar e acha que com trabalho é possível criar coisas novas em Portugal. Rodrigo Martins também partilha da mesma convicção, apesar de ter lamentar que falte por vezes visão a outros níveis, fora dos laboratórios. (E agora a notinha político-portuguesa-deprimente do costume. [Ressalva minha]) «Quando ela foi falar com pessoas responsáveis, em vez de a incentivarem a concorrer [ao ERC], a primeira reacção foi: olhe que este concurso é para a nata da nata europeia.». Mas Elvira acabou por acreditar. E é este o conselho que deixa aos investigadores mais jovens: «Tenham brio naquilo, trabalhem, e acima de tudo tentem fazer aquilo que gostam. Reunidas estas valências, em qualquer área, qualquer pessoa terá sucesso». (aqui)
O declínio da publicidade e a ascensão das Relações Públicas na projecção de uma marca, ou algo assim. Parece-me interessante o conceito do livro.
Acho que vou fazer a colecção de Uma casa na pradaria, que vai ser lançada em dvd. Curiosa de como a verei. Com um aperto no coração ou com o coração cheio? Quando via a série, teria a idade da miúda do meio, a refilona :p ...Mas será que vou mesmo perder horas a ver....? ... não....
Alguns livros de auto-ajuda têm esse rótulo (pejorativo) que não lhes faz justiça.
P.G. Wodehouse, um autor que me está a saber cativar.
Os livros de arte, cinema, arquitectura e design que me apetecia trazer para casa.
E este país que temos.
Leia-se a Sábado da passada semana, nomeadamente a coluna de Pacheco Pereira sobre Angola, terra de oportunidade. Leia-se tb o artigo onde se fala da distorção dos factos da História, na versão dos manuais escolares do liceu. Desconhecia de todo a manipulação editorial que é feita e as mentiras veiculadas, profundamente ideológicas e de extrema-esquerda. Como é possível??? Como é possível ninguém ter falado nisto antes ou se falou, isto não ser notícia há mais tempo. Isto não é falado nos telejornais? Que terá a ministra da Educação a dizer sobre isto?
publicado por vague às 13.9.086 comments
sexta-feira, setembro 12, 2008
12.09.2004... foi em Setembro que... :P
The Gift - Driving you slow
(esta música não tem qualquer valor simbólico para o dia do aniversário deste blog [q é Virgem por acaso], apenas gosto muito dela e além disso estou na minha fase giftiana :)
......................Psiu, faz favor!
Madonna - Hung Up
Ninguém tem um bilhete a mais para domingo, TEM?? publicado por vague às 12.9.0812 comments
quinta-feira, setembro 11, 2008
... (ler poesia é respirar fundo)
Castillos de arena
¿Por qué no me dijiste que estabas construyendo ese castillo de arena? Hubiera sido tan hermoso poder entrar por su pequeña puerta, recorrer sus salados corredores, esperarte en los cuadros de conchas, hablándote desde el balcón con la boca llena de espuma blanca y transparente como mis palabras, esas palabras livianas que te digo, que no tienen más que el peso del aire entre mis dientes. Es tan hermoso contemplar el mar. Hubiera sido tan hermoso el mar desde nuestro castillo de arena, relamiendo el tiempo con la ternura honda y profunda del agua, divagando sobre las historias que nos contaban cuando, niños, éramos un solo poro abierto a la naturaleza. Ahora el agua se ha llevado tu castillo de arena en la marea alta. Se ha llevado las torres, los fosos, la puertecita por donde hubiéramos pasado en la marea baja, cuando la realidad está lejos y hay castillos de arena sobre la playa...
"Escrito pela jovem cientista de 23 anos, do departamento de comunicações do CERN, o videoclip explica, em simples rimas, no que consite a experiência com o LHC e o que se pretende descobrir com ela.
Com cerca de cinco minutos de duração, o videoclip está longe dos habituais videoclips musicais. Em vez das meninas esculturais, o video mostra cientistas de bata branca e equipados a rigor, a dançar ao ritmo da música 100 metros abaixo do solo, junto ao túnel LHC."
(Large Hadron Collider ou Grande Colisor de Hádrons)
Procurei o princípio de uma explicação numa linguagem acessível para mim, leiga, altamente leiga!
"Basicamente o LHC é o maior acelerador de partículas do mundo. Sim, existem outros. Então por que esse é tal especial? Porque ele vai acelerar tais partículas 7 vezes mais rápido do que qualquer outro acelerador existente. Ou seja, fará com que a partícula alcance cerca de 99,9% da velocidade da luz! Para você ter uma idéia da energia contida, caso ficasse na frente de um desses feches, você simplesmente evaporaria."
E ainda
"De qualquer maneira a intenção é que quando tais partículas estiverem em tal velocidade, os cientistas possam chocá-las uma contra a outra, criando assim uma condição similar ao tão famoso Big Bang."
"O projeto é ambicioso, todo o "brinquedo" custou 8 bilhões de dólares, tem 27 km de circunferência e fica em um túnel 100 metros abaixo da superfície da terra na divisa da Suíça com a França. Quando estiver em funcionamento, ele consumirá a energia equivalente ao de 40 shoppings centers e só não será ainda maior pois toda sua estrutura estará resfriada por nitrogênio líquido a uma temperatura de -270º célsius."
hum...
"Segundo alguns cientistas acreditam, esse equipamento pode provocar uma catástrofe de dimensões cósmicas, por exemplo, um buraco negro que sugaria a Terra sem dó nem piedade.
(...glup)
Já outros cientistas como Stephen Hawking de nome reconhecido até por eu que não sei de nada, clamam de que tudo está sobre controle e que tais teorias catastróficas são um verdadeiro absurdo e que tais colisões existem a nossa volta o tempo todo, a única diferença é que poderemos monitorá-las."
Os excertos em itálico foram retirados daqui - http://www.portalcab.com/ Grata!
Entre as tuas pernas o mar revela-me estranhos recifes rochas erguidas corais altaneiros contra a minha gruta de búzios concha nácar o teu molusco de sal persegue a corrente a pequena água inventa-me barbatanas mar da noite com luas submersas tua ondulação brusca de polvo congestionado acelera nas minhas guelras um latejar de esponja e os cavalos minúsculos flutuam entre gemidos enredados em longos pistilos de medusa. Amor entre golfinhos aos altos lança-te sobre o meu flanco leve recebo-te sem ruído olho-te entre bolhas cerco o teu riso com a minha boca espuma ligeireza da água oxigênio de tua vegetação de clorofila a coroa de lua abre espaço ao oceano. Dos olhos prateados flui longo olhar final e erguemo-nos do corpo aquático somos carne outra vez uma mulher e um homem entre as rochas.
*Gioconda Belli Tradução de José Agostinho Baptista
Noche cerrada ciega en el tiempo verde como luna apenas clara entre las luciérnagas.
Sigo la huella de mis pasos, el doloroso retorno a la sonrisa, me invento en la cumbre adivinada entre árboles retorcidos.
Sé que algún día se alzarán de nuevo las yemas recién nacidas de mi rojo corazón, entonces, quizás, oirás mi voz enceguecedora como el canto de las sirenas; te darás cuenta de la soledad; juntarás mi arcilla, el lodo que te ofrecí, entonces tal vez sabrás cómo pesa el amor endurecido.
James Brown Hot Chocolate Tom Jones Marlena Shaw Tindersticks Jane Birkin e Serge Gainsbourg Clã Jorge Palma Bjork e Antony Hegarty James Brown e Luciano Pavarotti Kiss Madonna Brandi Carlile
E a forma que adoptámos como nossa, mesmo que mantida durante uma vida, pode revelar-se-nos alheia. Isto é muito complicado expressar e mais complicado sentir.
Li algures e a frase fez-me desacelerar e ajudou a aceitar. Quando as coisas não estão nas nossas mãos, há que saber esperar, cultivar o doloroso dom da paciência. De alguma forma isto reconciliou-me com os desígnios, tão insondáveis que são.
Sinto-me - e a palavra é forte - enojada com a condenação do Estado Português no pagamento da indemnização a Paulo Pedroso, como me tinha sentido pouco convencida da sua inocência aquando da sua não-pronúncia no processo Casa Pia, depois de ter lido a Acusação.
P.P. tem um bom advogado e explorou habilmente os meandros processuais e tem a seu favor um partido político que o recebeu com palmas! no Parlamento Português.
E que falta de pudor e de sentido de Estado do Primeiro Ministro ao se regozijar publicamente com a condenação do Estado Português no pagamento da indemnização a Paulo Pedroso. Pergunto que sabe ele e todos os que o ovacionaram sobre os factos reais? E eu, que sei eu?