La marée haute
Limiar
Somos ainda o limiar - espessa
nuvem embrionária. Verdes,
imaturos crustáceos
emergimos
à superfície grávida
das ondas. Somos
o medo ou sua
improvável renúncia. O que
sabemos do
amor, da morte, é só
difusa,
opaca,
luminosa fábula.Albano MartinsEtiquetas: e as palavras e os poemas
Para que visses
Para que visses
Tão sinusosos como o interior dos búzios
E o dispersar assustado dos cardumes
Os olhos onde já não estão
Nem eles próprios nem noutros
A florir
Daniel FariaEtiquetas: e as palavras e os poemas
É fascinante saber que as áreas do nosso cérebro mostram, através de imagens computorizadas, a activação de determinadas zonas depois de experimentadas certas emoções – e há 6 emoções de base, defende o Prémio Nobel Daniel Kahneman: alegria, tristeza, repulsa, surpresa e medo.
Podem sentir-se todas ao mesmo tempo?

Na Cinemateca hoje às 21h30m:
A Rosa Púrpura do Cairo
"Aprendemos desde pequeninos que o cinema é magia. Aprendemos a sonhar e a fantasiar com as personagens dos filmes que vemos. Agora que somos mais crescidos, temos a oportunidade de reviver o encanto do cinema. Woody Allen inventou um filme encantador. Quando Cecília vai pela quinta vez ao cinema ver o mesmo filme, acontece o inesperado. Acontece o que tanta vez já imaginámos. Na realidade (e na fantasia), todos somos um pouco Cecílias. Atenção, este é um dos melhores Allens de sempre."Carlos Ramos,
LecoolEtiquetas: cinema
O desafio d'Os dias da música
Este rapaz, que curiosamente dá pelo nome de
Bird desafia-nos para falarmos das nossas músicas, aquelas que nos marcaram, seja pelo tempo ou circunstâncias em que as ouvimos seja pela sua intemporal beleza. Sim, Bird eu sei que te lancei o repto, mas o desafio é teu!
Ai, tomara eu ter mais tempo para me dedicar a toda a música que oiço, para a seleccionar, que isto de ouvir e dar música tem que se lhe diga para que não se esgote o prazer e eventualmente a verdade da melodia.
A 1ª de que me lembro de ouvir até me fartar:
Ontem, hoje e amanhã, de José Cid. Pois é.
Young Girl from Rajasthan Olivier Follmi
Etiquetas: galeria
Dar-te-ia a vida
Soubesse eu então que te teria arrancado à morte
se no orgulho e conhecimento fosse outra
mas essa outra não era eu
Etiquetas: "qualquer coisa em forma de assim" a o'neill
E era bom. "Não entender" era tão vasto que ultrapassava qualquer entender - entender era sempre limitado. Mas não-entender não tinha fronteiras e levava ao infinito, ao Deus. Não era um não-entender como um simples de espírito. O bom era ter uma inteligência e não entender. Era uma benção estranha como a de ter loucura sem ser doida. Era um desinteresse manso em relação às coisas ditas do intelecto, uma doçura de estupidez.
Mas de vez em quando vinha a inquietação insuportável: queria entender o bastante para pelo menos ter mais consciência daquilo que ela não entendia.Clarice Lispector,
Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres
Num dia 14 de Janeiro
O mar, o mar ardente que se esconde sob o manto frio do mistério e do imprevisível foi no post anterior uma homenagem a uma senhora que me disse há uns tempos,
Charles Trenet é a voz da canção francesa. Não conheces La mer?E eu não.
Parabéns pelo 14 de Janeiro, por 73 anos, por si. E deixe-me dizer-lhe, nesta maneira tímida desconhecida e imperfeita de ser que grata lhe estou pelo afecto discreto com que me acolhe.
La mer*

*Charles Trenet
Porque há pessoas bonitas de coração amplo como o mar...
Ainda falando de música
A propósito de conversas sobre músicas e letras em frente à lareira do
CAP, lembrei-me desta letra terrivelmente bela na voz imortal de Jacques Brel:
Ne me quittes pas.
Sei de cor apenas esta parte, para mim a mais bela.
Moi je t'offrirai
des perles de pluie
venus d'un pays ou il ne pleut pas,
je cruzerai la terre jusq'après ma mort
pour couvrir ton corps d'or et de lumiére
...ou l'amour sera roi ou tu seras reine
...
Política, eu nasci para a música
Deliciosa a música que Ângelo Correia deu a João Soares ontem à noite no jornal da sic notícias. Uma vez mais não desiludiu. A acutilância da análise e a forma correcta de debater fazem de Ângelo Correia um senhor.
O excesso de tempo causa danos ao cérebro
Deduzo que alguém, com falta de ter que fazer e igual falta de imaginação se terá lembrado de inscrever o mail deste blog num tal sítio "ConhecerVoce.com.br". Só isso justifica as mensagens de
resposta que tenho recebido a alegadas mensagens minhas.
Adiante.
Alguém se lembra?*

(Philippe Halsman)
*Fernandel
Balança
"Uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente."(
Clarice Lispector)
Secreta púrpura
(Isabel Magalhães)São 4771 os passeantes até hoje no
Púrpura Secreta. Quando o número arredondar para os 5000 da praxe, apago-o com um abrir e fechar de olhos. Puf e já lá não está.
Trago a minha varinha de condão, salto para a vassoura e adeus que me vou embora e tu vais comigo, blog. De Junho a Dezembro de 2004 foram 6 meses muito empenhados em que literalmente
saltei do lado de cá do monitor para o outro lado, desconhecido, e falo no caso que mais me moveu na blogosfera, exposto no penúltimo post, até que tive que estancar a sensibilidade, exagerada porventura, certa de que tinha feito o meu possível naquele momento. E nada nem ninguém me exigia alguma coisa. Não sei se fiz a diferença (eu acho que sim, em consciência; apenas um pouco, diz a minha sincera modéstia) mas aquele caso, o da Filomena, constituiu um marco de aprendizagem e de descoberta em vários sentidos que em algum momento conflituaram.
Faltam 229 visitas para o nome de poema fechar. 228, 227, 226 e amanhã faço um post só com números, oh yes!
O Púrpura foi a minha iniciação na descoberta de sentires e sensibilidades alheias, na quase tacteabilidade das palavras de que me enamorei.
E as palavras não páram, nem as combinações até ao infinito inexploradas. É um lugar sempre novo.
E tu, tu és o meu lugar. Imperfeito, leal e ardente. Desconhecida terra lavrada, coração bom.
Aprender
Aprender
que nada termina si antes no termina dentro de mí
que el sol no se pone sin regreso, si en tu corazón estalla el alba
aprender que la esperanza es mentira si no hay cada día
el esfuerzo por un nuevo mañana
aprender a querer la vida, cuando la vida hace daño.
Aprender
que si un niño mata mi mano no es del todo extraña
que tristeza, si un niño mata allí y aquí, muere la ternura
aprender que quizás esta tristeza es tan solo un refugio para no decirse así mismo
que es tanto más triste por que es tan necesario, es tanto más triste.
Aprender
que con certeza, nada tengo que no des
a conseguir que el corazón se conmueva siempre por el frágil gesto de la belleza.
Aprender que sólo soy si tu existes, y es esta la medida que quiero y me define.
Aprender para saber desprenderse, he aquí el viejo secreto.
Aprender...(Música e letra de
Lluís Llach)
Descobri-o.
Aqui. Uma pequena maravilha.

Quanto me apercebo pela temperatura do rosto que devo estar rosada, estou vermelha mesmo. Sempre fui assim, ele há coisas que não mudam. A facilidade em
corar é alheia às palavras e aos gestos e se penso nisso, mais saudavelmente saloia fico. Um pouco mais de entusiasmo a falar, a pensar!, a escrever, e
...estás com um ar bem coradinho, hum? ou então aquele olhar,
apanhei-te, hum.Vou apanhar ar para arrefecer o calor do rosto e vou pôr as mãos geladas nos bolsos. Se saírem agora à rua, reconhecem-me logo :)
Até já, então.
Preços de discos
Comprei há pouco tempo num supermercado o cd de Carla Bruni,
Quelqu'un ma dit, devidamente selado, por €9,90. Na Fnac encontrei-o a €20,00. O que me está a escapar? Margens mais baixas de lucro ou piratice?
Apontai
Eu gosto de laranjas verdes
Candid(at)os
Além dos candidatos presidenciais há mais dois
candidatos a candidatos que viram indeferidas as suas candidaturas pelo Tribunal Constitucional, por falta de requisitos, se bem ouvi. Como se já não fosse suficientemente *difícil* escolher entre os tantos candidatos que temos, agora vêm mais dois. Alguém nos ajude.

Parece que anda aí uma
vague revivalista na geração dos trintas. Quando eu via esta imagem sabia que ela estava a anteceder um bom filme. A MGM era uma chancela de qualidade. E é impressão minha ou hoje não há tantos filmes
bons?
Máscaras
De repente teve a sensação de que a máscara tinha caído. Os modos suaves e assertivos, a maneira diligente e simpática de ser deu lugar por uma transformação extraordinária a um ser demoníaco chispando em labaredas de gelo a sua arrogância, declinando a humildade que tanto se gabava de possuir. Deveria ter desconfiado mais cedo, pensou. Quem tantas vezes insiste numa tecla, tem mais música a esconder que a mostrar.
E o ano terminou livre e fluido, limpo do rosto sujo, da máscara. Fechou o computador e foi jantar.