A chave, o segredo da casa
Manhã fresca e luminosa. No contentor, além do saco de lixo poisam incrédulas as chaves de casa e os meus olhos. O coração vermelho ri-se para mim, em tom de desafio.
O dono do café, o amigo que passa, vou buscar uma vassoura, vou empurrar o contentor pra o chão, depois é só varrer, depois é só saltar para dentro e ir buscá-las. Vejo o polícia do outro lado da rua e opto pela segurança, aceno e peço ajuda com um sorriso que se quer rir.
Podia ter sido pior, diz o polícia sorrindo, enquanto com o bastão que se lhe ajusta ao corpo e à correnteza dos dias, pesca no fundo do mar o meu regresso a casa. Abro a porta, deixo a água correr.
Recomeço.
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