O piano ao fim da tarde, o anjo perdido, o anjo ancorado, reler José Cardoso Pires, entrar a fundo em Jl Borges, atirar-me à História do Rei Transparente de Rosa Montero, amor às primeiras linhas e agora 2666 de Roberto Bolaño peguei nele e quase vertigem, quase paixão, o fascínio de quem é tão céptica exactamente por acreditar excessivamente? na essência das coisas, deixei-o onde estava, rendida quase, hoje não, é bom apreciar e amadurecer o gosto, e as pessoas que amo e amei, os meus amigos, a minha família e o mundo, eternidade e finitude de mão dada, Rodrigo Leão sempre, o Expresso de novo a comprar, o bilhete comprado, o consumismo e a reflexão, a contenção, há espaços tão bonitos onde não se paga para entrar e os centros comerciais cheios de gente, oh meu Deus e eu hoje também, tinha que ser hoje, os meus dias escapam-se como areia entre os dedos do tempo, a luz dos olhos dos meus sobrinhos, o terceiro maço de cigarros que compro na vida, o stress, o limite, a tontura, parar. a cabeça cheia de mais coisas que deve suportar e depois o riso inesperado, a conversa fácil, tocar os outros, deixarmo-nos tocar, soltar as asas, a vita breve, um novo mundo, Pergolesi que morreu aos 26 anos e deixou uma obra eterna.
estou algo enfeitiçada pelo pouco q li. não o tenho nem o vou ler tão depressa, mtos outros se perfilam em lista de espera; mas 'receio' que por aquilo q li oblíquamente nalgumas páginas, este romance seja daqueles em que não conseguimos parar. tpo é escasso. mas se ele me chamar, eu leio, pq há poucas coisas na vida q nos apaixonem verdadeiramente pelo q considero um desperdício de vida não nos deixarmos levar por aquelas q nos tocam. e este livro parece ter qualquer coisa. mas é pesado, ah pois é, metaforicamente falando tb.