La marée haute
Como se percorresse a espinha nua do piano
Escrever, sentir um texto ganhar vida e, felicidade, asas. É como uma personagem que um actor cria (ou o inverso, o que é que nasceu primeiro?), não sabendo no início exactamente que cor lhe dar; mais tarde, com o percorrer das palavras, ela ganha vida e transcende o autor.
Escrever com as palavras a galope dos dedos. Saudades de escrever. Preguiça, essa é a verdade.
:))
Já venho,
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Sem título e sem poesia
Alcance-se um livro de Artur Perez-Reverte e leia-se o nome dos capítulos. Magia. Cada título um poema.
Pássaros feridos
Há um livro absolutamente encantador e intenso (a intensidade dá-me cabo do coração) cuja última página folheei há pouco, já com a pequena saudade nos dedos:
Pássaros feridos, de Colleen McCullough.
Um dos mais belos que li.
Etiquetas: ler
Peregrinos
Inconscientemente julgo-me ao abrigo do tempo pois foi entre o surpreendida e o desanimada que descobri os primeiros cabelos brancos. Qual fuga para a frente, decidi assumi-los. A decisão foi convicta mas, há um mas, foi de curta duração. Passados uns dias de olhar cirurgicamente à cata no espelho, comprei um creme colorante que esconde a dita meia dúzia de peregrinos desterrados. Um dia, quando vierem reforços, talvez consigam por direito próprio reivindicar o seu espaço entre os seus irmãos de cor. Por enquanto a minha cabeça é profundamente racial.
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Bijuterias da Maria
Quem gosta de enfeites e vaidades pulseiras e anéis (eu gosto!) repare no católogo das peças de Maria Poeiras.
A talhe de foice o mais importante e o que me leva a escrever este post...a Maria Poeiras tem um filho bébé com uma doença genética rara que lhe impede a possibilidade de ter movimentos.
É por ele que existe o blog
Bijuterias da Maria.
A ponte
Uma velha cigana em cima da ponte
Os teus olhos mudos de assombro
as roupas pretas moldavam-lhe
e o mar distende-se
o perfil do tronco magro e ossudo
rebentando na praia o amor
o grande lenço atado à cara.
serenamente espantado de se descobrir.
E os carros passavam na ponte não eram pessoas
A perfeição existe quase existiu
não eram pessoas com histórias apenas carros
os teus olhos o teu e o meu corpo
a velha passava eternamente em cima da ponte
as almas juntas numa carne só uma
o corpo curvado as saias compridas eram várias
o riso e a forma como me espantavas os medos
o vento empurrava-a e a roupa cedia o corpo enfrentava
e medos precisei de inventar para aquietar o hábito de os ter
uma cigana velha que se punha à frente do vento.
Comunidade de leitores
Um projecto muito interessante
este, que aproxima a leitura dos leitores (frase original para o caso de ninguém ter reparado) e nos encafua a todos num sítio simpático como é a Culturgest a discutir livros. Intelectuais uni-vos - dia 6, discute-se
Hamlet.

De nada :)
Night Meets Day
www.paulgrecianphoto.com
Parabéns Noite!,
que anda a desafiar
o Tempo, ao fazer anos em
dois dias seguidos, dia
1 cá que é hoje dia 2 lá em Macau, que é amanhã dia
2 em Portugal.
(Também não entendo mas tudo começou há uns anos atrás quando ela nasceu, cá, a 2 de Junho, dia que hoje ainda não é cá mas já é lá)
Beijos, Noitinha*