you just have to
À hora do almoço folheava a Visão de há uns dias - como quero seguir a ordem cronológica e ando sempre atrasada leio o que resta das novidades da semana anterior; acho que isto é o mesmo que andar semanas a comer pão duro, para seguir a sequência da compra. Cada um tem a sua tara, eu não vou dizer qual é a minha, até porque não existe (claro q não...) e esse mordiscar do passado recente faz parte do charme das mulheres maduras. Right, girls?
E dito isto ainda não disse nada, sou perita em disfarçar quando estou nervosa. E perguntam vocês porque estou nervosa (
ouve-se à distância um débil coro feminino, perguntando 'porquê'). E eu digo que não estou nervosa, estou é com uma grandecíssima dor de cabeça e em tudo à volta, raios partam que até me atingiu o dente.
Não há nada mais inversamente semelhante a uma sexta à tarde no trabalho que uma manhã de segunda. Livra que arrepia tal correspondência, até fico a pensar se existe alguma ordem divina nos acontecimentos.
Estás feliz? 'Pera aí que já te apanho. Tristinha? Calma, tudo passa. Nã, não me apanham nessa. As coisas são o que são e Deus é pai. E sendo o que são, de que é que falava a revista? Pois era esse o assunto que me trouxe a terreno perigoso: a infidelidade, tema de um artigo e areia movediça como nos Patinhas da minha infãncia (sei lá como, mas havia sempre alguém que desaparecia em areias movediças, e tantas eram as vezes que eu ainda me arrepio e pergunto se existem mesmo tais terrenos que engolem).
Infidelidade. Aparte a questão moral e católica à volta da questão - e eu assumo-me como católica,
não praticante direi en passant, há uma parte terrivelmente humana. Será este um velho cliché, que se diz que aos homens basta a oportunidade para...
tal mas as mulheres precisam de um motivo para...
truca?
Lia na bendita revista de há duas semanas q possivelmente já estará desactualizada dada a velocidade dos relacionamentos, do amor e do não amor, que cada vez mais as mulheres fogem aquele lugar comum de associar o sexo ao amor e cada vez mais se equiparam ao homem no que respeita à dissociação entre um e outro (Só tenho que aplaudir qualquer forma diferenciada de ser e sentir em função do género)
Ou seja, as mulheres andam a trair mais e quando as mulheres traem o caso pia mais fino já que as mulheres, por educação?, sensibilidade?, especificidade de ser mulher? quando saltam a vedação estão já numa fase de frieza emocional e para elas (para nós, ora) trair é já resultado de um afastamento emocional. E não residirá aí a verdadeira traição, pergunta-nos a embirrante consciência.
Bom, tenho mais perguntas que respostas, nada que me atormente.
E tu, ousa traír-me. Far-te-ei conhecido na Terra inteira como o abominável homem a quem recusei a frieza da neve. Morrer desejarás pois se não puderes mergulhar na neve comigo onde o lume?
join your lips and
blow...
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