ccccff
La marée haute
sexta-feira, setembro 24, 2004
  you just have to

À hora do almoço folheava a Visão de há uns dias - como quero seguir a ordem cronológica e ando sempre atrasada leio o que resta das novidades da semana anterior; acho que isto é o mesmo que andar semanas a comer pão duro, para seguir a sequência da compra. Cada um tem a sua tara, eu não vou dizer qual é a minha, até porque não existe (claro q não...) e esse mordiscar do passado recente faz parte do charme das mulheres maduras. Right, girls?
E dito isto ainda não disse nada, sou perita em disfarçar quando estou nervosa. E perguntam vocês porque estou nervosa (ouve-se à distância um débil coro feminino, perguntando 'porquê'). E eu digo que não estou nervosa, estou é com uma grandecíssima dor de cabeça e em tudo à volta, raios partam que até me atingiu o dente.
Não há nada mais inversamente semelhante a uma sexta à tarde no trabalho que uma manhã de segunda. Livra que arrepia tal correspondência, até fico a pensar se existe alguma ordem divina nos acontecimentos. Estás feliz? 'Pera aí que já te apanho. Tristinha? Calma, tudo passa. Nã, não me apanham nessa. As coisas são o que são e Deus é pai. E sendo o que são, de que é que falava a revista? Pois era esse o assunto que me trouxe a terreno perigoso: a infidelidade, tema de um artigo e areia movediça como nos Patinhas da minha infãncia (sei lá como, mas havia sempre alguém que desaparecia em areias movediças, e tantas eram as vezes que eu ainda me arrepio e pergunto se existem mesmo tais terrenos que engolem).
Infidelidade. Aparte a questão moral e católica à volta da questão - e eu assumo-me como católica, não praticante direi en passant, há uma parte terrivelmente humana. Será este um velho cliché, que se diz que aos homens basta a oportunidade para... tal mas as mulheres precisam de um motivo para... truca?
Lia na bendita revista de há duas semanas q possivelmente já estará desactualizada dada a velocidade dos relacionamentos, do amor e do não amor, que cada vez mais as mulheres fogem aquele lugar comum de associar o sexo ao amor e cada vez mais se equiparam ao homem no que respeita à dissociação entre um e outro (Só tenho que aplaudir qualquer forma diferenciada de ser e sentir em função do género)
Ou seja, as mulheres andam a trair mais e quando as mulheres traem o caso pia mais fino já que as mulheres, por educação?, sensibilidade?, especificidade de ser mulher? quando saltam a vedação estão já numa fase de frieza emocional e para elas (para nós, ora) trair é já resultado de um afastamento emocional. E não residirá aí a verdadeira traição, pergunta-nos a embirrante consciência.
Bom, tenho mais perguntas que respostas, nada que me atormente.
E tu, ousa traír-me. Far-te-ei conhecido na Terra inteira como o abominável homem a quem recusei a frieza da neve. Morrer desejarás pois se não puderes mergulhar na neve comigo onde o lume?



join your lips and
blow
...

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Comments:
(mas q' é ito? escrevi isto nalgum domingo à noite de chuva e tempestade?, ai q tomei um chá de lirismo a meio da tarde, em vez de café forte)
brrr...
 
Vou ver se me ponho a pau....:)
Alías, hoje em dia os namoros (se ainda se chamam assim) já são elas atrás deles...será pelas estatisticas de 7 para cada um?
 
bom, está um pouco melhor, substituí coração por corpo...hum...
 
Fernão
não precisas de garantias mas garanto-te mesmo assim :) (q falta faz aqui o haloscan) que há na verdade 7 homens para uma mulher. Pois é, pois é...:P
 
Por via de regra, não gosto de dividir a humanidade entre os homens, que são assim, e as mulheres, que são assado. O mundo não é a preto e branco, há muitos matizes e cambiantes, mesmo que se possa falar de tendências gerais.
Numa reflexão sobre o tema assim em cima do joelho, dei comigo a pensar que se calhar a mudança que se está a operar é a errada (no sentido de que não caminha para a maior riqueza das relações, etc, etc): talvez o desejável fosse que o homem adoptasse o comportamento feminino, e não o contrário.
Espero que a dor de cabeça tenha passado.
 
Desejo-te as melhoras para a dor de cabeça.
Quanto ao tema, bom... a infedelidade é tããããoo complicada. Acho que sou como tu tenho mais perguntas do que respostas. E logo eu que devo ser das pessoas mais fiéis à face da Terra, eu até sou fiel a ideais (o que dizer no que diz respeito a pessoas), imagina lá a loucura. Acho que não estou a fazer muito sentido.

Olha deixei-te um post lá no "estaminé" (como diz o meu melhor amigo), hope you like it. ;)
 
Azulinha,
nem eu, nem eu. Não gosto de diferenciar as pessoas pelo género, de lhes reconhecer ou admitir características em função do sexo. Mas parece-me quase inevitável fazê-lo porque há comportamentos e sentimentos que são inerentes ao sexo (se calhar por educação, sobretudo).
E aceito q pode ser assim, mas aceito contrariada ;)
De qq forma a existir como parece acontecer, semelhanças na forma de reagir e/ou de actuar nas relações entre as pessoas, q seja o 'bom' a influenciar o 'mau' e não o contrário (agora estou a ser moralista...e não era esta a abordagem q queria fazer)

O que acho é q este é um tema, como se diz agora, fracturante. É delicado, não é linear; as pessoas q se envolvem em relacionamentos deste teor não são amorais ou imorais, ou pelo menos a maior parte delas não será. Não estou a defender o conceito, não concordo com ele e tb nunca o senti na pele, tanto quanto julgo saber.
 
Eu tb aprecio imenso a fidelidade - aliás o meu ego não deixaria q fosse de outro modo
:P
E acho tão bonito ter alguém que nos preenche, seduz e agrada sob tantos planos q tudo o «resto» perde importância. Não quer dizer isto que o nosso sentido estético e crítico não esteja activo ;) - mas a infidelidade não tem nada a ver com isso.
Cada um é que sabe as linhas com que se cose e a cama em que se deita (em sentido literal esta expressão:) e desde que ninguém se meta na minha vida eu não me meto na de ninguém. Este post é um exercício de pensar as coisas. Além de que analisar as circunstâncias de uma coisa e do seu contrário é tb outro exercício: o do contraditório, espírito de contradição ;) , de ver os vários lados da questão, mesmo que não concorde com nenhum - vício de formação.
:)
 
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