Talvez a noite
Tenho uma vontade intensa de escrever e nada me sai das entranhas. Mas porque há-de sair das entranhas, pergunto-me? Porque não apenas da superfície dos poros, da pele aberta ao sol e à claridade?
Se hoje me quisesse dar à escrita e tivesse tempo e vontade sei que dos meus poros ou das minhas entranhas sairiam as palavras que contenho porque não as sei decifrar, hoje não me quero decifrar.
Talvez quando a noite cair cerrada eu me entregue docemente aos seus mistérios, talvez ela me dê em troca ou gratuitamente a sua luz para desvendar os meus. Talvez.
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