Vou dizer uma coisa que não me fica bem mas como imaginas estou-me nas tintas, embora tb não me orgulhe. Não me lembro de ter visto nenhum filme de Manoel de Oliveira. Por outro lado, agora sinto vontade de o o descobrir, de vibrar ao mesmo ritmo lento e espaçado dos filmes e da beleza incorpórea das coisas físicas. São fases que uma pessoa tem. E ainda há tanto mundo de cinema a descobrir, fala uma apaixonada convicta de cinema!
vi bastantes, Vague (nem o Aniki Bóbó, que tem passado tanto na televisão?...)
lembro-me de ter visto um dos seus filmes no cinema da "Incrível Almadense", muito pouco tempo antes de fechar, com aquela que viria a ser a minha esposa. Acho que é o "Dia do Desespero", mas não estou certo, sobre Camilo, que ela detestou, ainda hoje fala da filmagem de uma roda a rolar na estrada (de carruagem), e eu achei o filme com tantas cenas poéticas...
embora reconheça que é demasiado parado...
os filmes dele exigem que estejas calma, com toda a pacìência do mundo, com uma enorme capacidade de absorver tudo...
mas eu sou assim, muito zen, very quiet, it's all so quiet.
tem de haver química com o ele e até agora ainda não houve - ou a oportunidade.
Eu disse q não me orgulho mas para q fique claro tb não me envergonho, naturalmente.
A propósito, passam-me ao lado os pseudo-intelectuais q se calhar não leram nenhum livro 'de jeito', (e q a escrever são remediados) mas q ostentam nas prateleiras os livros novinhos em folha dos mestres da literatura. E se chocam com certas leituras alheias e aplaudem outras tantas que no seu limitado parecer, fazem parte do escol. Dos 'intelectuais' já gosto, qdo não são arrogantes. E qdo têm dentro de si a tal capacidade de absorver o mundo e o desconstruir e de serem verdadeiros, pessoas que dão o melhor de si. Há escritores assim, q me fascinam e enlevam, Borges é um deles e A. Lobo Antunes outro, q tem a tal fragilidade tão humana, tão verdadeira que o torna tão forte!
O teatro nasceu para mim aos 14 anos, qdo por via da tenacidade, cultura e espírito aberto da minha professora de Português do 9º ano, fui ver 'A Castro', na Comuna. Foi a descoberta. Depois disso e de cada vez é sempre uma descoberta. É isso q sinto, cada livro, cada filme, cada obra q nos enche as medidas é sempre como se fosse a primeira vez. :)