Não sei quando foi que ganhei essa noção de que afinal um dia hei-de morrer. Foi cedo, suponho. Mas depois dos quarenta, tenho pensado cada vez mais na morte. Não é que me arrependa de nada, mas há ainda tanto por fazer... Arthur C Clarke dizia que daqui a 100 anos o homem se tornará imortal. Talvez ele estivesse enganado, talvez seja mais cedo, antes de eu morrer. De qualquer modo... não sei. Não faz muito sentido sonhar com a imortalidade quando na maior parte do tempo não sei o que fazer com o meu tempo livre. De resto não me preocupa se há vida depois da morte, preocupa-me é se há gajas boas lá. E caso as haja, será que querem ser minhas amigas ? Muitas dúvidas, minha cara Vague, muitas dúvidas...
Acontece que eu gosto delas já um bocado sabidotas, para não ter que ensinar-lhes tudo. Gosto quando dão luta e obrigam a esmerar-me para não ficar a perder nas comparações, entendes ?