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La marée haute
terça-feira, fevereiro 19, 2008
  Ainda o Holocausto



Pablo Picasso

Depois desta conversa interessante sobre o Holocausto, aqui também referido, confesso o meu interesse por voltar ao tema e umas das razões será o pouco conhecimento que tenho e que se calhar a opinião pública terá sobre as teorias de negação do Holocausto e respectivos fundamentos. Há uns tempos li algo sobre o assunto e foi para mim uma surpresa imaginar que alguém tentava branquear a História perguntando-me eu ao mesmo tempo quais os motivos sujacentes a essa postura.

Depois penso que tudo aquilo que nós sabemos sobre a História parte da informação que nos é dada na escola ou pela comunicação social ou por livros que o nosso eventual espírito de auto-didacta exija. Será que poderemos em algum momento ter sido sujeitos a uma lavagem cerebral colectiva sobre algum tema controverso? Não me espantaria demasiado e repugnar-me-ia imenso. Na verdade quem poderá afirmar a verdade absoluta de alguma coisa?

A propósito veja-se o Museu Virtual de Aristides de Sousa Mendes, que vejo como um herói. Tenho muito poucos heróis e este é muito especial.
 
Comments:
Como disse de outras vezes, você 'tem poucas mas boas'
- obrigado pelo url do Museu A Sousa Mendes
 
Não tem de quê.
 
Li, na adolescência, vários romances ligados ao Holocausto e vi alguns documentários relacionados. E nunca, mas nunca, acho q quereria visitar os antigos campos de concentração. Lembro-me agora que qdo estive em Praga as pessoas q me acompanhavam, foram 'visitar' um cemitério judeu. Eu não quis, acho q é mórbido, são as minhas idiossincracias. Em Franca tb há cemitérios 'célebres' (oh céus) e não quero ir.
Esta é uma observação q a minha pessoalidade reclama, já que neste blog ela rareia, pois é.
Não me aterrorizam os cemitérios e de vez em quando vou lá visitar as avós
(mas elas estão no céu, não ali)

Dizia q as imagens e os relatos do massacre nazi, espelho do mais baixo q o ser humano pode "alcançar"...
violentam-me. Não consigo nem quero entender, enquadrar e imaginar q era um homem q estava atrás da imagem de Hitler. E houve um filme sobre o lado humano dele...enfim, nem pensei em ir ver. chamem preconceito, pois é, sim.

se eu mandasse e se na hora H tivesse coragem enforcava-os todos, fazia-os sofrer. eles e os pedófilos.


Pronto, já estou mais aliviada.
 
Olá!
Respondendo à tua questão, tentando ser apenas racional e afastando a emoção, não acredito que se possa hoje «branquear» completamente seja o que for. Se pensarmos no sociedade de há centenas de anos, já tenho dúvidas porque as notícias ou eram de tradição oral ou escritas por "historiadores" que podiam estar dependentes de um senhor feudal. Aí, a «verdade» oficial podia ser a que mais agradasse, contudo hoje ou desde há uns duzentos anos, parece-me impossível porque haverá versões diferentes que deixam abertas as portas para se verificar a verdade.
Neste caso, com a documentação que existe, é completamente impossível negar.
Eu também recebi esse FW, e é bem importante.
 
Olá Emiele,

Estou de acordo com isto:

" haverá versões diferentes que deixam abertas as portas para se verificar a verdade."


aliás, sobretudo 'quero' acreditar nisto.

Mas quando q o Presidente do Irão nega estes acontecimentos...até que ponto nos deveremos preocupar?
 
Este comentário foi removido pelo autor.
 
Pronto, pega lá o comentário:

Sobre o Aristides Sousa Mendes, podia voltar a dizer o que escrevi quando me começaste a ler a Voz: o maior herói injustiçado de que me posso lembrar, mais recordado fora do País do que cá dentro, onde devia ser motivo de orgulho e veneração. Alguém que, com prejuízo de tudo o que tinha ou pudesse vir a ter, não se coibiu de agir quando foi preciso.

Em relação ao Holocausto, desdenho como nefastas e profundamente porcas todas as teorias que o tentam menorizar ou pura e simplesmente apagar da História. E, no entanto - e é culpa apenas minha - tudo o que se vai sabendo sobre a política do actual Estado Israelita em relação a outros povos, faz-me ter vontade de, cada vez mais, o remeter para o seu lugar na História e começar antes a falar de todos os holocaustos (pequenos ou grandes) que tentam e por vezes conseguem fazer sobre outros povos, desde a ex-Jugoslávia, passando pelo Sudão, chegando aos Palestinianos.
 
Por muitos esforços que existam, por muitas "maquinas de lavar" e manipuladores que apareçam por aí, é impossível apagar a dor dos familiares das vitimas e de todos os que viveram na primeira pessoa acontecimentos do género.

Nos por cá também temos o nosso pequeno "holocausto", que foi o salazarismo, que pelos vistos tem tantos defensores, apesar de ter assassinado, cobardemente, pessoas que só lutavam pela liberdade.

Eu posso dizer e achar que o Salazar foi um bandido, da pior espécie, mas pode vir alguém, atrás de mim, dizer que o senhor era um paz de alma, que só quis o melhor de Portugal e dos portugueses.

Mas isto para mim já não é branqueamento, é sobretudo ignorância da nossa história, Vague...

Há muita gente que diz as maiores barbaridades, porque lhe apetece e também porque não teve ninguém próximo, que tivesse sido vitima do verdadeiro holocausto, ou de outros pequeninos, como o nosso...
 
Hip,
Falaste bem, em orgulho e veneração, é o q sinto por ele uma incondicional e profunda admiração.
Tinha tanto a perder e arriscou alto, para salvar a vida a milhares de pessoas. Um Senhor Homem.


O Holaocausto foi o mais chocante e vergonhoso massacre, mais cruel da História, tanto qto julgo saber e é importante q a memória da humanidade não se apague.

O q não nos deve fazer esquecer nunca de salientar e apontar o dedo a todos os terroristas (em sentido lato, de pessoas espalham o terror) por esse mundo fora, muitas delas poderosas e se consideram acima da 'ralé'.
A pobreza de Angola, a fome no Sudão, a guerra em vários países africanos, a Palestina e Israel. E alguns q aqui faltarão. O q se passaém África acaba por ser infelizmente apresentado como quase corriqueiro. Mas aquelas pessoas apenas tiveram o azar de nascer no lado errado do globo. Dá q pensar qdo se pensa q podias ser tu ou eu...
 
A maior parte das coisas q ele fez eram más e deram origem à morte, à tortura e à prisão de pessoas cujo pecado era o de quererem pensar e ser livres (e agora lembro-me dos livros de Orwell ou de Ray Bradbury).

Isso não compensa alguns factos de conhecimento +/- geral, de ter sido uma época em q havia mais segurança e ordem. Mas nunca, nunca! à custa da liberdade. Ou então mais valeria darem-nos umas pílulas para a felicidade, como no livro de A. Huxley
(pois, parece q acordei muito literata hoje :)
 
Quando era menina, privei com a filha de Aristides. Mais tarde, quando comecei a saber das coisas, abraçava nela também o pai.

Tudo isso me comove profundamente.
 
que privilégio tiveste de ouvir estórias tão magníficas de humanidade e solidariedade profunda, Ciranda!
 
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