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La marée haute
domingo, janeiro 27, 2008
 

Mesmo que eu colocasse aqui, hipoteticamente, a imagem dos olhos e da boca que me couberam pertencer, a fragmentação iludiria a verdade, e sendo a verdade ela própria uma ilusão (as fotos teriam sido tiradas com um objectivo), quem poderia ver nelas alguma coisa de mim?
O mesmo se aplica à escrita. Não sei se sou eu que escrevo, se a personagem que interpreto e que é ela também real. Quem pensar que me conhece por aquilo que escrevo aqui, desengane-se porque, tal como nas fotografias que se tiram, isto é apenas uma fragmentação do real, com verdades e mentiras inventadas e inconscientes exercícios catárticos.

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Comments:
:)

Só me parece que somos... também... o personagem que escrevemos.;)
 
Também...mas não só :)


Tal como os actores, que para representarem as personagens vão buscar emoções às emoções q têm dentro deles :)
 
Vendo as fotos, fico a conhecer alguma coisa de ti, embora pouco. Mas ainda assim, por aquilo que de mim conheço pude perceber que tens uma boca e uns olhos bonitos, mais que os meus. Mas conhecer o corpo não é o mais importante, há que conhecer a alma. Sim, a alma é infinitamente mais importante. Aquilo que escreves nunca poderá ser muito senão uma parte ínfima de ti, mas nem por isso a parte que mostras deixa de ser tua. Depois, ainda temos outro problema: a forma como é percebido aquilo que mostras.
A mesma mensagem pode ter efeitos diferentes consoante o seu receptor. Há quem goste dos teus olhos e da tua boca, há quem sinta indiferença e se calhar até há quem não goste. Até nós próprios, há dias em que gostamos de nós e outros em que mal nos suportamos. O ser humano tem esta capacidade de permanente mutação, física e espititual. Mas, seja como for, existe uma matriz fundamental a que poderemos chamar "traços principais da personalidade" (acredito nisso). E a tua ainda não a conheço, mas sempre posso ir começando a adivinhar.
No que toca a blogs e personagens, no meu caso, mais do que personagens boas ou más, gosto da arte de me contradizer e gosto de inventar formas de testar os gostos das pessoas. Muitas vezes pergunto-me se o próprio humor não será uma questão de gosto, de estética. O kitsch atrai-me e muitas vezes uso-o como forma de provocação mas também muitas vezes me interrogo sobre até que ponto não gostarei genuinamente de escutar Marante e os Diapasão? Isso não me impede de gostar de outros géneros musicais muito mais conceituados.
Outra forma que uso é o machismo, finjo-me machista, mas até que ponto não o serei realmente ? No entanto, ver a forma como cada mulher reage às minhas provocações são a minha grande recompensa. Algumas topam-me logo, é a minha forma de começar a avaliar a sua inteligência, que para mim vale muito mais que um bom decote.
(desculpa se me alonguei e a hipotetica falta de nexo num cometário escrito à pressa) Beijos
 
Acho q há uma 'tese' q diz q nós somos vários: aquilo q somos, aquilo q pensamos q somos, aquilo q os outros vêem, aquilo que nós pensamos q os outros vêem em nós
;)
É a maneira mais simples q eu tenho para abordar esta complicação q é a percepção dos outros e de nós mesmos, sobretudo se envolvidos todos nestas 'peles virtuais', como o poeta diz.


Acho que o todo é sempra maior e diferente q a soma das partes. Talvez por isso tivesse colocado aqui, em 3 fotos, 3 traços de alguém :)

(Ainda não acabei. Acho q mereces uma resposta à dimensão da tua)
:)
 
cont.

Gosto da ideia de existir uma matriz fundamental da personalidade. Tb acredito, claro.

Mas será q não podemos, voluntariamente, enviar pistas p/ personagens q não somos e assim esconder no nevoeiro essa nossa matriz essencial?...

Qto a essa dualidade bom/mau aplicado a blogs e personagens, não a entendo necessária. Se eu quiser, tb posso escrever como tu, recolhendo entre os amigos homens e nas suas caricaturas, alguma informação não experimentada por mim :D

Tu gostas de testar as pessoas? E a ti próprio, não é ? : )


No fundo dizes q dentro de nós há alguma verdade no que inventamos e queremos passar como ficção.

E com a verdade me enganas :)
 
Engano-te ? Acho que não consigo e eu, se calhar, também não quero.(Lido com um sorritso tonto nos lábios).
Beijos
 
somos o que somos, os fragmentos e o todo.
muitas vezes me parece que as pessoas acham que me conhecem porque lêem os meus posts mas, tal como tu, penso que os meus posts são apenas uma parte de mim...
já agora deixo-te a questão: se ninguém nos pode conhecer pelos nossos "fragmentos", será que alguém nos pode conhecer completamente pelo acesso ao "todo", sem conhecimento desses fragmentos? ;)
 
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