Mesmo que eu colocasse aqui, hipoteticamente, a imagem dos olhos e da boca que me couberam pertencer, a fragmentação iludiria a verdade, e sendo a verdade ela própria uma ilusão (as fotos teriam sido tiradas com um objectivo), quem poderia ver nelas alguma coisa de mim?
O mesmo se aplica à escrita. Não sei se sou eu que escrevo, se a personagem que interpreto e que é ela também real. Quem pensar que me conhece por aquilo que escrevo aqui, desengane-se porque, tal como nas fotografias que se tiram,
isto é apenas uma fragmentação do real, com verdades e mentiras inventadas e inconscientes exercícios catárticos.
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