O Amor e o Tempo
A propósito do texto anterior veio-me à memória vaga este poema que li há muito tempo num dos livros de memórias de Beatriz Costa - encantadoras e divertidas as descrições das viagens e os episódios da vida de uma mulher incomum. Não sei quem o escreveu (António Botto?) apenas o fixei, como quem (se) fixa (em) algo que parte de si aceita e outra parte nega.
Reza mais ou menos assim:
O Amor e o TempoPela montanha alcantilada
os quatro em alegre companhia
de mão dada, o Amor, o Tempo,
a minha amada e eu seguíamos um dia.
Da minha amada no gentil semblante já se notavam indícios de cansaço
O Amor passava-nos adiante e o Tempo acelerava o passo.
Amor! Amor! Mais devagar! Não corras tanto assim que tão depressa
não pode decerto caminhar a minha doce companheira!
De súbito, abrindo as asas trémulas ao vento,
volta-se o Amor e diz com azedume,
Tende paciência amigos meus,
Eu sempre tive este costume de fugir com o Tempo!
Adeus, adeus!Etiquetas: e as palavras e os poemas