De-bate?
Uma breve análise minha ao debate de ontem na Rtp1 entre Cavaco e Soares, bem vincada no ataque que faço ao segundo, pois é.
Mário Soares, em todos os debates que segui, referiu-se sempre ao adversário em causa como 'ele'. Pouca educação, pouca ética para nasceu em berço de ouro e terá tido todas as oportunidades de se cultivar. A expressão
ter berço é pois de limitado alcance, na medida em que que berço
para mim é a educação que se tem em casa aliada à inclinação própria do carácter de cada um.
Os candidatos presidenciais e em especial o peso-pesado do PS, também porque esta será a sua última oportunidade política de sair em grande de cena, não fizeram campanha ou pré-campanha (se a procissão ainda vai no adro não sei como será a campanha em si); limitaram-se quase em exclusivo e em bloco a atacar Cavaco Silva (já agora formavam um partido único PCC [Partido Contra Cavaco]).
A falta de cortesia até dou de barato mas a falta de ética e o ataque invejoso e gratuito é censurável e no dia 22 do mês primeiro de 2006, se acertarão contas às claras.
A valorização do eu político presidenciável português não passa pela depreciação do adversário mas pela afirmação pessoal, própria e portadora de uma visão de fundo para Portugal. Na linha de toda a
oposição a Cavaco Silva (reconhecendo-lhe logo competência e fortes possibilidades de vencer à primeira volta) foi comum a vontade de o denegrir pessoal e politicamente, essa foi a campanha que se fez na pré-campanha às presidenciais.
A alusão que Soares fez de ouvir nos corredores da Europa ou do mundo comentários off the record sobre a actuação de Cavaco Silva, foi para mim, o mais execrável do debate de ontem.
Não esperava que o ex-PR descesse tão baixo nas acusações veladas ao ex PM e mais próprias de intrigas de vão de escada que de um debate que se queria sério e justo.
O homem que estando no exílio por oposição à ditadura de Salazar pisou em solo estrangeiro a bandeira portuguesa, desrespeitando um dos símbolos maiores da identidade portuguesa confundindo-a com Salazar desprezando Portugal, quer voltar de novo à ribalta para sair em grande?
A minha posição política é bem clara e não sendo obrigada a falar dela exponho-a porque sim. Tenho pessoas amigas espalhadas pelos vários quadrantes partidários e não cultivo muito as discussões deste tipo. Política religião e futebol são temas como dizer,
fracturantes? :)
E siga a dança para mais logo.