Viragem
Não me resigno. E sigo e sigo. E se
caio, gostosamente em pé, prossigo
e sigo. Se quereis seguir-me,
apressai o passo e escutai o meu.
Lancei a noite pela borda. À beira
do abismo virei, mudei de rumo.
Hoje teço, fio a fio, a esperança
de olhos cerrados, sem perder o fio.
Sigo clamando paz ( a passos
agigantados, avançando em saltos
incontíveis). Se quereis seguir-me
esta é a minha mão, este o caminho.Blas de Otero
n. 1916, em Bilbao
(poesia espanhola do pós-guerra)
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