Violently happy*
Ia-me apaixonando hoje e cometendo uma loucura. Que olhos, meu Deus, que charme. Ainda bem que não fiquei mais tempo ao pé do carro ou era tiro e queda e agora tê-lo-ia no colo, a fazer-lhe festas.
Saía eu de casa hoje pela manhã para comprar jornal, tomar café e sumo de cenoura que é excelente para prolongar o bronzeado que não tenho; tinha vestido uma t-shirt branca, amarrado o cabelo e posto os óculos escuros; saí boémia e simples, às vezes sem pensarmos no assunto seduz-se mais que quando se pensa nisso. Deve ter sido esse bem estar comigo que o gatito viu em mim. Era bébé ainda, e mal me aproximo do carro, salta lá de baixo e olha para mim como que pedindo-me para eu ficar (ou o trazer comigo) e lhe dar mimo. Avançava quando eu apenas olhava para ele, retraía-se e voltava para o lugar seguro quando eu aproximava a mão na vontade de o acariciar. Estivémos naquele demorado jogo uns bons minutos, cada um a seduzir o outro, naquele limiar no encanto mútuo e mais demoraríamos se eu me tivesse deixado levar na conversa daqueles olhos. E agora estaria ele aqui. Congratulo-me de me ter vindo embora a tempo - adoro os felinos e aquela raça em especial é a minha preferida de todas quantas conheço ou venha a conhecer. Listado o gato, meio tigre me lembra.
Ainda bem que o não trouxe, a ele que me estava com os olhos a pedir para vir. Mas não pediu o suficiente. Agora podíamos estar os dois cúmplices aqui sentados, eu a ler, ele a testar a minha tolerância nos ataques ao sofá, ambos trocando esse precioso e independente afecto entre gatos e homens.
Foi melhor assim.
*não tem nada a ver com o gato, apenas gosto desta música da Björk ;)
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