Pela segunda vez, deixo neste blog uma música que revolve as entranhas.
Dramática? eu? : )
...mas oiçam o refrão e digam-me se a conjugação de opostos, a voz de Mariza, a entoação, o sentimento não vos descompôem um bocadinho que seja.
(Boss Ac) Não me resta nada, sinto não ter forças para lutar É como morrer de sede no meio do mar e afogar Sinto-me isolado com tanta gente à minha volta Vocês não ouvem o grito da minha revolta Choro a rir, isto é mais forte do que pensei Por dentro sou um mendigo que aparenta ser um rei Não sei do que fujo, a esperança pouca me resta É triste ser tão novo e já achar que a vida não presta As pernas tremem, o tempo passa, sinto cansaço O vento sopra, ao espelho vejo o fracasso O dia amanhece, algo me diz para ter cuidado Vagueio sem destino nem sei se estou acordado O sorriso escasseia, hoje a tristeza é rainha Não sei se a alma existe mas sei que alguém feriu a minha Às vezes penso se algum dia serei feliz Enquanto oiço uma voz dentro de mim que diz…
(Mariza) Chorei, Mas não sei se alguém me ouviu Então sei se quem me viu Sabe a dor que em mim carrego e a angústia que se esconde Vou ser forte e vou-me erguer E ter coragem de querer Não ceder, nem desistir eu prometo Busquei Nas palavras o conforto Dancei no silêncio morto E o escuro revelou que em mim a Luz se esconde Vou ser forte e vou-me erguer E ter coragem de querer Não ceder, nem desistir eu prometo
(Boss Ac) Não há dia que não pergunte a Deus porque nasci Eu não pedi, alguém me diga o que faço aqui Se dependesse de mim teria ficado onde estava Onde não pensava, não existia e não chorava Sou prisioneiro de mim próprio, o meu pior inimigo Às vezes penso que passo tempo demais comigo Olho para os lados, não vejo ninguém para me ajudar Um ombro para me apoiar, um sorriso para me animar Quem sou eu? Para onde vou? De onde vim? Alguém me diga, porque, me sinto assim? Sinto que a culpa é minha mas não sei bem porquê Sinto lágrimas nos meus olhos mas ninguém as vê Estou farto de mim, farto daquilo que sou, farto daquilo que penso Mostrem-me a saída deste abismo imenso Pergunto-me se algum dia serei feliz Enquanto oiço uma voz dentro de mim que me diz…
(Mariza) Chorei Mas não sei se alguém me ouviu E não sei se quem me viu Sabe a dor que em mim carrego e a angústia que se esconde Vou ser forte e vou-me erguer E ter coragem de querer Não ceder, nem desistir eu prometo... Busquei, Nas palavras o conforto Dancei no silêncio morto E o escuro revelou que em mim a Luz se esconde Vou ser forte e vou-me erguer E ter coragem de querer Não ceder, nem desistir eu prometo..
Quem diria que Rap e Fado casavam tão bem? Já tinha ficado de "ouvido erguido" quando publicaste a primeira vez... adoro a parte do "vou ser forte e vou-me erguer, e ter coragem de querer". Potente!
E sobretudo se pensarmos no objectivo destas canções - penso q esta é a penúltima no âmbito do projecto UPA - , mais nos toca. Acho todas as canções bonitas, mesmo. A 1ª penso q foi a dos Xutos e dos Oioai , 'Pertencer'. E creio q a última é Jorge Palma + Clã. Há ainda tanto a fazer na 'desestigmaitização' das doenças e perturbações da mente e esta iniciativa é altamente meritória ao utilizar um veíulo tão poderoso como a música - e a boa música - para passar a mensagem e chegar onde é preciso chegar. E acredito q a pouco a pouco as coisas mudam, muito devagar tlv, maas mudam! Tenho dito :)
Vague, os meios de comunicação são a melhor forma de fazer passar qualquer que seja a mensagem. Estas mensagens são de louvar e tenho pena que não passem na rádio e na Tv tantas vezes quantas deveriam! Considero estas músicas super interventivas... quase como as que se cantavam antes do 25 de Abril para fazer passar alguma informação! A música tem um poder que poucos sabem explicar... mas a verdade, é que ela mexe connosco e tem a capacidade de conseguir mudar mentalidades e o próprio mundo. É preciso saber esperar e acreditar, é preciso passar a palavra :)
Boa comparação. E este tema é extraordinariamente importante para aqueles q o vivem e/ou assistem a ele, e ninguém está imune. Cada vez mais acho, neste mundo mecanizado em q nos estamos a tornar, q precisamos recuperar a n/ humanidade, sob pena de seres mais um dos q têm um cartão único com toda a informação 'relevante' inserida nele. E a solidariedade, o abraço, faz a diferença. É um caminho forte! e muitos daqueles q fazem descobertas magníficas a nível da ciência ou aqueles q (se)dão sem nada esperar em troca, seguem-no.
Curioso como eu não gostava da música da Mariza até a ver e ouvir ao vivo na inauguração do local onde trabalho. Fiquei muito emocionada, a voz dela entrou em mim, foi esta mesma sensação que tive, entrou em mim, foi uma coisa brutal, mesmo.