Profunda e anonimamente eu
Às cinco para as dez sou a primeira a entrar na loja. Meia hora depois já não há rostos mas
apenas a célebre
multidão anónima de que também faço parte nos olhos dos outros. Escolho, pago, saio. Cá fora ainda mais gente. Caminho devagar e propositadamente
com vagar, como que alheia aos dias vorazes da época. Pego em mim lentamente, pedindo ao braço cansado resistência e aos sentidos equilíbrio na vertigem das luzes/canções de Natal/embrulhos/filas e faço o meu caminho, paciente e teimosamente rumo ao lugar secreto.