Catalina Pestana
é uma mulher de fibra. Acho admirável a frontalidade e o desembaraço com que expõe as suas opiniões sobre o processo Casa Pia, que muitos querem ver abafado.
Entre outras razões, o facto de não fazer política activa, confere-lhe credibilidade e isenção. Revela um bom senso que vai sendo parco hoje em dia, na política e fora dela, mas que me parece elementar e que se revela, por exemplo, nisto: O afirmar claramente no semanário
Sol do choque que sentiu quando Paulo Pedroso foi ovacionado no Parlamento após longos meses na prisão à conta do processo Casa Pia. Partilho com ela esse espanto a que acrescento a minha sensação de surrealismo do facto. Eu admito que os amigos de PP tenham ficado satisfeitos quando ele deixou de ser arguido. Daí a ovacionar-se no local de representação nacional por excelência, uma pessoa que deixou de ser arguida em crimes sexuais...vai uma enorme carência de bom senso, contenção, pudor, respeito pelo local em causa e pelos cidadãos. E dizer Manuel Alegre que a sua libertação foi um segundo 25 de Abril é ofensivo para as pessoas que lutaram contra a ditadura e conquistaram para todos nós o direito de expressão sem medo.
Gosto da Catalina Pestana. É objectiva, clara, corajosa e
é livre para falar.
Ah quantas verdades se esconderão entre os factos e aquilo que os advogados mediáticos irão querer iludir.
Não acredito neste processo. Não acredito que a montanha tenha parido um rato. Acredito que os advogados irão conseguir desmontar as provas e, sem provas, por muito grande que seja a convicção do julgador da culpa, não haverá caso.
Está provado que a esmagadora maioria dos abusadores sexuais e pedófilos em particular, tem uma dupla face, uma dupla vida. Pelo que, não será pela aparência inocente dos arguidos que nos devemos deixar convencer.
Se a verdade conseguir falar, furar o muro de silêncio, sabotar as mentiras compradas...será um grande passo em frente na luta contra a pedofilia. Mas penso nos altos interesses políticos que podem estar (estão?) envolvidos neste caso e quase desisto de acreditar.