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La marée haute
domingo, outubro 14, 2007
  Catalina Pestana

é uma mulher de fibra. Acho admirável a frontalidade e o desembaraço com que expõe as suas opiniões sobre o processo Casa Pia, que muitos querem ver abafado.
Entre outras razões, o facto de não fazer política activa, confere-lhe credibilidade e isenção. Revela um bom senso que vai sendo parco hoje em dia, na política e fora dela, mas que me parece elementar e que se revela, por exemplo, nisto: O afirmar claramente no semanário Sol do choque que sentiu quando Paulo Pedroso foi ovacionado no Parlamento após longos meses na prisão à conta do processo Casa Pia. Partilho com ela esse espanto a que acrescento a minha sensação de surrealismo do facto. Eu admito que os amigos de PP tenham ficado satisfeitos quando ele deixou de ser arguido. Daí a ovacionar-se no local de representação nacional por excelência, uma pessoa que deixou de ser arguida em crimes sexuais...vai uma enorme carência de bom senso, contenção, pudor, respeito pelo local em causa e pelos cidadãos. E dizer Manuel Alegre que a sua libertação foi um segundo 25 de Abril é ofensivo para as pessoas que lutaram contra a ditadura e conquistaram para todos nós o direito de expressão sem medo.
Gosto da Catalina Pestana. É objectiva, clara, corajosa e é livre para falar.
Ah quantas verdades se esconderão entre os factos e aquilo que os advogados mediáticos irão querer iludir.
Não acredito neste processo. Não acredito que a montanha tenha parido um rato. Acredito que os advogados irão conseguir desmontar as provas e, sem provas, por muito grande que seja a convicção do julgador da culpa, não haverá caso.
Está provado que a esmagadora maioria dos abusadores sexuais e pedófilos em particular, tem uma dupla face, uma dupla vida. Pelo que, não será pela aparência inocente dos arguidos que nos devemos deixar convencer.
Se a verdade conseguir falar, furar o muro de silêncio, sabotar as mentiras compradas...será um grande passo em frente na luta contra a pedofilia. Mas penso nos altos interesses políticos que podem estar (estão?) envolvidos neste caso e quase desisto de acreditar.
 
Comments:
Mareé haute desta vez não estou de acordo contigo em dois pontos.
Primeiro, se foi num local de representação nacional que decidiram deter um deputado nomeado arguido num processo de crimes por abusos sexuais, se é lá que Paulo Pedroso exercia a sua actividade profissional porque é que não deveria de voltar lá depois de ter sido colocado em liberdade ao ter-lhe sido retirado o estatuto de arguido?
Se isso devia ter sido transmitido em directo, talvez isso seja mais criticável. Mas se Paulo Pedroso foi detido no seu local de trabalho, que é o Parlamento porque razão não deveria ser ovacionado lá por todos os colegas que viram-no ser levado pelas autoridades e acreditavam na sua inocência? Eu faria o mesmo no lugar dele e faria o mesmo que as pessoas na AR que nesse fim de tarde aplaudiram o seu regresso.

Segundo,quanto à Catalina Pestana, não a acho corajosa, coragem seria se tivesse dado esta entrevista com este conteúdo enquanto esteve na Casa Pia. Para mim ela não está ser "livre" no que diz, está ser demagógica, nomeadamente no que respeita à nova direcção. Não sei se o que a Catalina Pestana diz da continuação dos abusos sexuais na Casa Pia é verdade ou não. Eu até tendo para acreditar que sim, mas desconfio deste tipo críticas à actual direcção vindas de alguém que até à pouco tempo fazia parte desse orgão. Além de denunciar os crimes que diz existirem, teria sido interessante ela referir o que é era feito por si enquanto fez parte da direcção da Casa Pia para evitá-los. Da forma que fez Catalina Pestana não parece estar a defender as crianças que estão na instituição, mas a "mostrar-se".
Esta entrevista para mim foi mais um contributo que me leva a considerar progressivamente a Catalina Pestana uma pessoa pouco objectiva, que quer manter-se na ordem do dia a todo o custo e cuja credibilidade diminui ao ritmo que aumenta a controvérsia em torno de si, ao contrário da mulher cheia de garra que me pareceu nos primeiros tempos.

Gosto das descobertas que faço no teu blog, adorei o poema de nuno higino.
Continua..
 
Também escrevi no mesmo sentido nas minhas "Viagens", porque penso pela minha cabeça.

Como os blogues mais "colunáveis" optaram por dizerem uma série de coisas estranhas, colocando a Catalina em causa, por ter sido professora na época das violações e não "piar" e também por não ter feito nada durante o tempo que esteve como provedora (o que é de uma desonestidade de todo o tamanho). Como se ela é que fosse a "má", a pedófila.

Provavelmente a Catalina expôs-se demasiado como provedora, não tendo medo de se colocar ao lado das crianças, claramente contra os "poderes", políticos, jornalísticos e artísticos. E também falou demais nessa época, reconheço.

Agora em relação ao tempo em que deu aulas, é natural que não soubesse, por ter dado aulas nos colégios femininos. Mas mesmo que isso acontecesse nos masculinos, pergunto, quantas vezes este tipo de crime não se passa no interior das famílias, sem que se saiba?

Tal como ela não acredito que se avance no processo, porque ele mexe com muita gente. Há muitos "culpados" que não dormem descansados, mesmo sem serem arguidos...

No nosso país, já todos percebemos que a justiça não é para todos infelizmente.

Em relação ao Pedroso, fez o seu papel, armado em corajoso e inocente, com o apoio do PS, também ele vitima deste processo (na época ficou-se com a sensação que os pedófilos eram todos do PS, inclusive o secretário geral e o presidente da república..).

Em relação ao "timing" da entrevista, acho que foi o ideal. Colocou uma série de orelhas a arder, inclusive o da Joaquina que a substituiu.

(desculpa o testamento, comecei a escrever e...)
 
Olá Magda,

A questão que me choca não foi o facto de ele voltar à AR nem tão pouco o facto de esse regresso ter sido transmitido em directo. Isso acho normal, é o papel dos jornalistas.
O chocante aqui para mim é a tal ovação. Mas bater-lhe palmas por quê? Foi algum herói que descobriu uma vacina importante, foi uma pessoa que investiga as lesões medulares e descobre formas de as ajudar a tratar? Ou tão até um medalha de ouro nos jogos olímpicos? (e estes exemplos existem cá)
Não! Foi um homem, por acaso deputado, e por acaso do PS, que viu as provas existentes contra si não serem suficientes para lhe fazer manter o estatuto de arguido. Isto não exigia discreção e contenção por parte das cabecinhas pensadoras do PS?
A ovação a ser feita, seria em privado e nós escusávamos de ouvir dislates da qualidade dos que o M. Alegre disse.

Qto à Catalina Pestana, não me parece que seja uma pessoa muito preocupada com aquilo q os outros dizem ou com as incoveniências para determinados outros daquilo que ela possa dizer.

Precisamente poer já não estar à frente da Casa Pia achoa livre e desempedida e acredito que se ela se não fez mais foi porque ´não pôde. E , muito importante! ela não tem q se justificar de não ter feito mais, não é ela que foi acusada de crimes sexuais.

Os juízes, na dúvida, absolvem, na dúvida retiram o estatuto de arguido.
Porque para condenar não podem existir duvidas, as tais duvidas fabricadas de propósito para iludir a verdade e a justiça.

Obrigada pela observação qto ao meu blog. Gosto dele : )
 
Essa informação do lugar onde a C. Pestana dava aulas é importante, Luis. Desconhecia.

Acredito que muitos 'não-arguidos' possam não dormir descansados.

Isto tudo me leva a pensar que esta gente eáté bem protegida. Q eles existem, existem.

Faz os testamentos q te apetecer, aqui não há controlo de linhas e é um prazer ler os comentários, soebretudo qdo fundamntados (independentemente de me rever neles ou não).
 
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