Desafio
Nunca li nenhum livro dele, apenas as crónicas me obrigaram a adorá-lo. Apesar de isto dos deuses, enfim, já falamos.
Que farei quando tudo arde, título poema que António Lobo Antunes pediu de empréstimo a Sá de Miranda repousa na estante numa paz estranha. Quando por lá passo sinto-me culpada nunca sabendo bem a que atribuir a falta de vontade. Talvez seja porque as crónicas transportam um ritmo como uma dança breve cujos passos não me exaurem. Os livros não. Os livros exigem que dancemos noites inteiras.
É ele e a Agustina Bessa Luis. Há muitos anos comecei a ler não sei se
A sibila se outro. Pensei que ela estava a exigir demais de mim e que o grau de interesse suscitado até ali não me inspirava vontade de me dar tanto. Dizem-me que os seus livros recentes são surpreendentes de beleza de segurança e tendo densidade têm menos enigmatismo. Registo com interesse.
Numa entrevista que lhe foi feita (gosto de entrevistas, biografias, estes espaços do meio da escrita) cativaram-me a sua inteligência simplicidade e enorme sentido de humor.
Estes dois piscam-me ao olho ao longe, seguros. Devem saber que não vou deixar que a curiosidade me mate...