Sol
Não querendo parecer justificação, esta breve introdução de duas linhas é-o de alguma forma obscura. Eu explico o que me parece
natural.No post anterior bloqueei os comentários porque não quis que se tornasse uma obrigação para quem me lê ter de dizer alguma coisa. Como escrevi há pouco a alguém "criei a liberdade", pese embora a presunção. É por demais preciosa esta intimidade que decidi partilhar para que a sentisse
devassada pela obrigação de comentar. Por outro lado tratar de um assunto como a morte é desconfortável. O que implica sofrimento é desconfortável por razões várias que nada têm a ver umas com as outras.
Quanto às notícias e convocando o belo poema de Alexandre O'Neill 'O que é notícia?', refiro a forma como a TVI explorou até ao impudor a morte do jovem actor Francisco Adam. Foi mais uma morte entre 10 na estrada. Não foi mais uma morte porque, extravasando a estatística, a morte aqui tem um rosto conhecido e de alguma forma pouco clara, simboliza também todos os milhares de mortos na estrada, os anónimos, que contam apenas como estatísticas mas se tivessem um rosto e uma história não anónimas seriam mais que números.
Definitivamente não gosto de estatíticas.
Quanto às faltas dos deputados às sessões no Parlamento na semana de Páscoa acho vergonhoso e reflecte bem a forma como os próprios vêm o povo que é suposto representarem: com distância e indiferença. Ser deputado traz vantagens e representatividade mas só para o próprio: prerrogativas, privilégios, imunidades, reformas chorudas e a ilusão de poder. Era o que eu pensaria se lá estivesse (Mas porque é que não me dediquei à P(p)olítica?)
E mais não escrevo que tenho que ir à vida e tenho uma longa semana pela frente e tive outra ainda mais longa por trás.
(E o sol está alto e quente para que me apeteça demorar por aqui)
PS: Eu disse "duas linhas", pois...