Coisa ruim*
Há tantas expressões sedimentadas no vocabulário popular que podem servir de mote à escrita ou ao invés ser nomeadas depois de escrito um texto, realizado um filme. Nisto de
nomear as coisas há pelo menos dois processos opostos e nenhum deles tem necessariamente mais força que o outro. Ou se escolhe um título e se desenvolve à volta dele uma história ou se cria o enredo e se lhe dá um nome a posteriori. Escrever não é um ficar sentado à espera da lâmpada mágica que se acende. Escrever não é encontrar palavras para decorar espaços vazios. É procura no que ela tem de esforço. Como o poeta, pômos os pés ao caminho rasgando-o e, quantas vezes, não se transforma ele num traçado com destino e história. E os caminhos dão-nos as mãos e nós deixamo-nos levar, certos da entrega despojada aos lugares que vamos sendo.
*Bom título para o filme!