Sem título
O ar cheirava a queimado ontem à noite. Fechei a janela com uma difusa sensação de perigo entranhada no corpo.
Abro a janela e cheiro o dia - E
vejo o ar envolvido por uma transparente película de opacidade. O céu está branco e solidário com os fumos de outros céus, do mesmo céu.
Um dia de férias longe do quotidiano, ou um dia de trabalho rodeada por quatro paredes com ar
condicionado ao nosso desejo e perde-se a noção da realidade.
(E é melhor parar por aqui, que esta última frase trouxe uma pista para abordar outro tema. Estes posts acabam por ser rascunhos, esquissos, textos incompletos mas finitos no essencial, fios condutores que de alguma forma organizam a mente e a esvaziam - era isso ou estar a falar sozinha às 6 da manhã.)