Ora bem,
Há por demais mal entendidos e equívocos na blogosfera. Assisto a isso desde que me conheço, perdão, desde que me iniciei na net. Há palavras impensadas, há gestos infantis e depois há gente que gosta de pacificar e há também quem aprecie particularmente acirrar ânimos. Quanto a mim, apesar dos laços de amizade que me ligam de uma forma particular a algumas pessoas que tive o inesperado e grato prazer de conhecer neste meio, tento usar um pouco da razão, o que nem sempre é fácil, quando tomamos as dores dos nossos amigos.
Não gosto de ser do contra só porque sim mas tenho um certo gosto pela argumentação. Característica que me leva a tentar ver vários lados da questão, o que nem sempre me dá vantagem.
Gosto de ser frontal e até agora penso que o terei sido nas coisas mais importantes da vida e
da forma que o consegui ser. Há coisas que não têm importância e pessoas que já não me merecem o benefício da dúvida, na vida lá fora, sobretudo, que aqui somos apenas palavras. Enquanto não vir o olhar de alguém sei que somos apenas palavras mas o objectivo não é conhecer pessoas. Para mim
conhecer enquadra-se num contexto ou numa oportunidade ou porque apetece porque sim.
O que me irrita, dizia eu pegando no fio por onde começou esta prosa, é aperceber-me levemente de uma tendência colectiva para apedrejar alguém. Muitas vezes há razões para sentirmos decepção e amargura e com o sangue quente olhamos de lado quem nos magoou ou magoou alguém de quem gostamos. Mas quando o sentimento se espalha como se nunca ninguém errasse e tivesse telhados de vidro, tenho a sensação de apedrejamento público, que me repugna e do qual me demarco. É muito fácil e seguro estar do lado da maioria. Eu sei. Às vezes acontece-me.