Londres, 7 de Julho de 2005
E é o medo que se espalha como nunca.
Temos direito à informação e temos o dever de ser informados e daí não se pode arredar pé - e ao mesmo tempo sabemos que uma das vitórias do terrorismo é a dimensão mediática que os atentados perpetrados têm. A dimensão do medo.
Não sei como se
resolve esta situação, recuso a ideia de me sentar à mesa com alguém que usa da violência para me persuadir e manipular. Não podemos ceder, mas se estiver em risco alguém por quem sentimos amor, amizade, carinho, como ostentar altaneiramente a bandeira da razão?...
A ideia de que os atentados praticados desde o 11 de Setembro são indirectamente culpa dos EUA repugna-me porque é tendenciosa, falaciosa e facilitista. Os EUA têm telhados de vidro, sim (um deles é o do não cumprimento do Protocolo de Kyoto, intenção dramática para as gerações futuras, e a ver vamos se sairá algo de positivo desta cimeira dos G-8).
Regressemos ao medo.
O medo não nos protege, desarma-nos. Como contornar o terrorismo, difuso e universal? Como não temer homens que não têm medo de morrer?