É mais fácil arranjar nomes para filhos que títulos para posts
De repente Lóri não suportou mais e telefonou para Ulisses:
- Que é que eu faço, é de noite e eu estou viva. Estar viva está me matando aos poucos, e eu estou toda alerta no escuro.
Houve uma pausa, ela chegou a pensar que Ulisses não ouvira. Então ele disse com voz calma e apaziguante:
- Aguente.(
A Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres - Clarice Lispector)
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Entrelendo dois livros de géneros completamente diferentes, cujo denominador comum é o facto de serem escritos por autores brasileiros, apago o tempo detendo-me em certas, certeiras frases de Lispector, cheias de pistas sugestões referências e uma força enorme feita de fraqueza, agonia e raios de sol imensos a entrar pela vida dentro.
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De João Ubaldo Ribeiro leio,
A casa dos Budas Ditosos, que é um romance estranho, provocador, não sei se gosto, a pornografia não me seduz por aí além, prefiro os requintes crus do erotismo. O livro tem o fio condutor mínimo e suficiente para dar a base, o pano de fundo às palavras do autor, que na primeira pessoa do feminino, explora fantasias sexuais, quebra tabus, tudo em nome do sexo. Não sei se é bom ou mau, mas é uma perspectiva mais. Há tabus - porque não dizê-lo? - que não devem ser quebrados. O do incesto por exemplo. É importante e apelativo diversificar as leituras, os autores, os géneros, abrir o espírito e deixar que ele seleccione naturalmente e se engane, se confirme, se descubra a si mesmo.
O livro é divertido
dentro do género (adoro esta expressão, que se encaixa em qualquer opinião e que não diz rigorosamente nada) naquela linguagem
solta para
adultos e,
para terminar a noite, por entre o cansaço do feliz fim de semana,
só me falta espreitar a tv 7 dias ou lá como se chama a revista que traz a programação televisiva juntamente com as notícias das celebridades (na verdade compro-a por causa das toilettes dos vips, que eu televisão vejo pouco).