Da coragem?
...Aliviando um pouco a carga mais pesada do texto anterior, reparo que se abordam temas incómodos,
do lado de cá, quando não há perigo de sentir a alma despida.
A coragem, esse arregalar perante o próprio medo, mede-se ao vivo e olhos de frente, muitas vezes desarmados a tentar encontrar força onde ela não existe.
Do H. da M. e do D. lembro-me também a propósito de algumas noites completamente surreais, de nós, gatos pingados de pijama num quarto de hospital, atravessando a fronteira dos quartos,
até à meia noite, senhora enfermeira, deixe lá, depois voltamos para as nossas camas, contando anedotas daquelas a que não se tira nenhuma letra. Com sexo, sem nexo. Com pessoas entre as quais existem algumas que no estado actual da medicina nunca poderão ter sexo da forma convencional. A minha visão do mundo alargou-se e a elas devo isso, a essas pessoas que um dia procurarei quando tiver coragem de as olhar sem medo de mim mesma.