Amor
Não sei se é de Fernando Pessoa ou de um dos seus heterónimos ou se de alguém outro, mas há um verso de um poema que diz mais ou menos isto,
Quase não te quero encontrar para não ter que me separar de ti depois.É que é isto precisamente que sinto quando olho para ti e te pego ao colo. Apetece ficar quietinha, namorando-te, olhos nos olhos, agora que já estás mais tempo acordada e nos tentas reconhecer e adaptar-te ao mundo e a nós. Olhas-me com esses olhos inquiridores de dois meses desconfiados e vibrantes de curiosidade e toda eu sou doçura, é mágico como se nota nas fotos essa doçura, esse amor. Ontem quando saí de ao pé de ti voltei uma e outra vez para trás para me despedir. Estavas no berço, acordadíssima e com atenção à porta. E disse à tua mãe
não me apetece deixá-la, quase que é melhor não vir cá, para não ter que lhe dizer adeus depois. Responde-me,
pareces aquelas pessoas que evitam entregar-se no amor com medo de ser magoadas. Pois.
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