Um sonho
Temo que os meus sonhos tenham alguma coisa de premonitório e se metam com a vida mais do que deviam, um sonho é um sonho, uma vida é outra coisa, e quando eu falei que o Paulo Portas me tinha (em sonhos, devia ser nos sonhos dele) enviado sms a perguntar-me a que horas nos encontrávamos na Kapital discoteca, na vida havia um fundo de verdade. Combinado às 3 pancadas depois de um jantar com amigas, lá fomos, (eu refilando,
não sei se me apetece, se aguento, estou cansada) à festa da Kapital no Pavilhão de Portugal. Não encontrei o Paulo Portas (por acaso preferia mil vezes encontrar o irmão) mas havia
imensa, sei lá, gente
vip, muitas beleza plásticas verdadeiras, algumas mulheres muito bonitas, alguns homens muito interessantes, um ou outro, enublado pela luz, pareceu-me mesmo um deus grego (e o Nuno Gama ao vivo é melhor que a encomenda que nunca lhe farei), e por aí fora, muitos colunáveis simpaticíssimos para os fotógrafos, muita gente colante e coleante à volta dos ditos, enfim a feira de vaidades que é o que é. Não confirmo nem desminto, até porque o propósito desta mensagem era o de esclarecer ou avisar de uma certa correlação entre os sonhos e a vida. É que esta noite, esta noite encontrei-me nos sonhos com uma pessoa vip na minha vida e ele disse-me depois de um beijo, tímido roubado e ardente,
já venho e eu senti a alma inquieta não sei se pela vontade que senti no beijo se por sentir que a nossa história já acabou e não somos os mesmos de há uns meses atrás, por mais que doa o olhar da fotografia, os risos, a alegria pura, a ternura infinita, a paixão da vida. Foi só um sonho e nada terá a ver com o futuro, com a vida, não quero. Não venhas.
Por mais que ainda doa o olhar, o riso e até o esquecimento.
E saio voando, num voo rápido para sítio nenhum, uma multidão de gente aguarda-me numa grande superfície às 9 em ponto para todos juntos invadirmos aquele mundo e comprarmos um pedaçinho mais de Natal. E eu quero ser a primeira a vir embora dali.