Sobre todas as coisas
Sobre todas as coisas é nome de um disco de Zizi Possi que coloquei como uma espécie de epígrafe à entrada deste blog. Gosto do duplo sentido que a expressão encerra, direi melhor,
liberta para mim. Aqui falo de tudo (o que me apetecer), num tom coloquial como gosto que seja um blog que tem sistema de comentários e ao mesmo tempo, gosto do meu espaço também porque nele há um cantinho zen que mal se vê, apenas se sente.
Sobre todas as coisas é também pairar um pouco acima do que se vê, distanciar e perspectivar, cruzar opiniões, aceitar paradoxos, ser-se e desejar-se livre, acreditar mesmo sob ilusão que se o é. E claro que ouvindo
La marée haute de Lhasa de Sela e escrevendo sem nome verdadeiro mas não anonimamente, a sós comigo, dou também vazão à veia trágico-cómica da irrequieta e pachorrenta autora deste blog. Não sou feita, diz Vague, de uma água só, mas em mim (vague) cruzam-se rios, mares nunca dantes navegados, outros a descobrir e cascatas de sons e cheiros que transbordam em vagas altas ou baixas ou se descobrem quietas a sentir os cheiros da terra, da água salgada e a ouvir o barulho que o mar faz e que acalma um coração, mil corações ou apenas (tanto) os corações que acertam compasso consigo mesmos.