Ninguém tem brinquedos a mais, mesmo velhos?
Lembram-se da Filomena e do caso que foi exposto
neste blog?
Pois bem, entrei em contacto com ela e, aparte a questão da casa, da doença, falemos dos filhos. Tem dois rapazes, um de 8, outro de 14 anos. E doeu-me um pouco o coração, sim, também por ser Natal, quando ela me escreveu entretanto que o que a magoa muito é não poder dar prendas aos filhos no dia de Natal, a não ser umas prendinhas pequenas que irá comprar com o que sobra de quase nada.
Ora bem, aparte a lamechice que também me é muito própria nesta altura do ano por motivos pessoais (dêem o desconto, please ) ;), vinha perguntar se alguém podia enviar para ela (a morada está no blog que acima mencionei) brinquedos, mesmo velhos ou comprados nas lojas dos 300, para os miúdos, um com 8, outro com 14 anos.
Sei que cada um tem os seus e outros a quem ajudar, que não podemos tomar as dores dos outros e sei também que se alguém me pedir neste momento ajuda para outra causa destas, sei que não tenho disponibilidade mental nem material, nem de tempo.
Quando passei os olhos por
aqui é que me lembrei que há mais tempo podia ter deixado esta mensagem, não porque sinta obrigação, não porque nada, mas acho que devia deixar isto, este apelo, como tantos outros que se recebem nesta altura do ano e a que não podemos dar atenção, porque o tempo e a vida nos consome. Faço-o neste caso concreto porque é Natal e porque estou a falar de crianças de olhos tristes que olhei com os meus olhos (e há tantos outros, mas temos que ser práticos, não sou da opinião de que como não podemos ajudar todos, mais vale não ajudar ninguém) mas, como disse por aí num blog ou noutro, não me sinto nem mais nem menos solidária no Natal que em qualquer altura do ano. Nem eu nem muita gente. Não preciso de datas escritas no calendário que me indiquem a tristeza ou a alegria. É por isso também que a passagem de ano vai ser em casa e em Janeiro vou de férias, aí sim, vou celebrar de braços abertos o novo ano, rodopiando feliz, no frio, na neve, quem sabe dançando à chuva.
Fui lamechas? Deixei alguém triste? Espero que não, temos de pôr o coração ao alto e fazer o que achamos que podemos e queremos fazer sem tomarmos demasiado para nós as dores alheias e sem nos deixarmos levar excessivamente pela emoção, diz o roto ao nú.
Ah, e se tiverem
brinquedos
(cá estou eu a reforçar)
velhos
usados
que não façam falta
e mesmo que seja depois do Natal
(O Natal é quando um homem...)
pois,
enviem,
tenho a certeza que dois pares de olhos ficarão imensamente felizes.
E obrigada por lerem até ao fim.