em viagem - O sexo fraco, belo e inteiro texto, Bastet!
Ao longo de séculos de história procurou-se minimizar o sexo feminino relegando-o a um lugar e papel secundários, à estupidez e à fragilidade, vedando às mulheres o acesso à cultura, à decisão, ao trabalho, ao prazer, etc, etc. Talvez seja à custa de ultrapassarem todos estes obstáculos que as mulheres são hoje na sua grande maioria incomparavelmente mais versáteis, mais profissionais, melhores seres humanos, mais resistentes aos confrontos e às adversidades. A Igreja Católica assumiu e propagandeou secularmente uma perversa e demoníaca imagem da mulher enquanto responsável pela tentação do homem e pela sua queda em pecado (temos pois um Adão fraco, idiota e incapaz de resistir e decidir por si próprio). A Igreja de resto é ainda hoje, no meu modestíssimo entendimento, responsável por inúmeros traumas sexuais e comportamentos desadequados de jovens que se debatem interiormente entre os dogmas católicos (que lhes são impostos como condição necessária para a aceitação familiar) e a liberdade saudável e responsável da prática sexual. Destes comportamentos desviantes são exemplos as jovens que para se casarem virgens se entregam exclusivamente à prática do sexo anal e os jovens de ambos os sexos que se espartilham em "manobras preliminares" consideradas menos censuráveis que o acto sexual completo, ou seja que a penetração. Gostaria muito de saber qual seria o entendimento de Jesus Cristo sobre esta interpretação mitigada da doutrina da Igreja e do natural desejo sexual dos nossos jovens... Neste contexto e porque há bem pouco tempo me foi oferecido um livro cujo título é "As mulheres gostam de foder", não posso deixar de lamentar que, em pleno século XXI, ainda seja novidade e motivo de admiração a aceitação do papel da mulher como ser humano completo, com vontade própria, sexualidade assumida e, espante-se, com desejo sexual tão ou mais activo que a maioria dos machos que por aí continuam a alardear a sua suposta masculinidade e a considerar como mulheres "duvidosas" as que têm simplesmente a coragem de assumir que gostam tanto de sexo quanto eles.