Divagando por mundos interiores...
Não sendo biologicamente nem de outra forma mãe, sinto a maternidade debaixo da pele. Poderei ou não ter filhos, não é sonho nem objectivo e por isso ainda mais se me afigura curiosa essa interiorização inata do 'ser mãe'.
Dentro destas aparentes contradições, tenho a certeza de uma coisa: a sê-lo, e tanto quanto me julgo conhecer, tenho mais vocação para mãe-leoa que para mãe-galinha. É que o imenso amor que sinto, senti, sentirei(?) nasce da força, da protecção contra tudo e todos e, ao mesmo tempo, de algum protector despreendimento, como se além da maternidade que quer para si, que protege, que está acima de tudo, me estivesse inscrito no sangue esse imperativo interior feito de razão e sentimento que incentiva os sonhos e os voos dos seres humanos. É, imagino, um desafio e uma recompensa muito grande formar alguém para a vida. Penso na minha irmã e no que ela estará a sentir mas sei que não posso imaginar por dentro, há coisas, quase todas, de que só temos a perfeita dimensão quando as vivemos debaixo da pele.