"E se, nove anos depois, voltássemos a sentir exactamente o mesmo pela mesma e única pessoa por quem alguma vez nos apaixonámos verdadeiramente?"
(Vítor Moura, na revista Premiere, a propósito do filme 'Antes do anoitecer')
Depois 'desse amor' pensei que nunca mais iria conseguir amar alguém como 'dessa vez'. Se a perfeição existe, tivémo-la nas mãos, e o amor foi um pássaro que deixámos escapar por entre os dedos enquanto nos olhávamos enfeitiçados. Quando olhámos para as mãos, estavam vazias. E nesse vazio iluminado sangrou tanto tempo o coração - quem sabe (eu sei) o tempo necessário para te arrumar num canto da memória e deixar-te ficar aí, no limbo onde o prazer e a dor coabitam. E há momentos em que uma lágrima vadia me nasce no rosto, espantada perante esse amor quase perfeito, só nosso que foi. E que acabou. publicado por vague às 20.10.04