A blogosfera vista por quem tem dela uma visão medieval*
Não posso concordar mais com este post a propósito do programa Aqui e agora, que passou há 2 dois dias na Sic, sobre os perigos da internet.
* e como na Idade Média não havia internet, tanto quanto sabemos, podemos imaginar a riqueza de ideias gerada no dito debate e sobretudo o perigo potencial da expressão de ideias pouco fundamentadas....mas que, expressas por quem tem notoriedade e credibilidade pública (bem como preconceitos e perspectiva autista), altera a visão da realidade e a compromete perante os olhos de quem não a conhece.
Reclamações e reclamações, faxs, emails, cartas registadas com avisos de recepção, estou farta disto e de mau feitio, telefonemas de longos minutos, que se finalizam depois de posições inelutavelmente contraditórias com "A PT/Novis/Primeiro Ministro agradece o seu contacto e deseja-lhe a continuação de uma boa tarde". Irra! Ele é os Correios que têm correspondência atrasada/retida/perdida há 3 semanas porque a carteira e tal e coisa e não sei quê, parece que deixa o carro na esquina, pega nas cartas e distribui pelos prédios do quarteirão.
Mas olhe que só há 2 dias é que temos o correio atrasado, foi o que me transmitiu o chefe dos carteiros e isto porque eles ontem foram para uma jantarada e comeram alguma coisa que lhes fez mal e no dia seguinte ninguém foi trabalhar, diz-me o chefe da estação dos CTT.
Reclamação no livro competente, reclamação para a Divisão de Qualidade, email ao Provedor dos CTT, tudo com conhecimento. Eles que se entendam e prestem um serviço decente, onde as cartas não sejam atiradas para os quintais e jardins como nos tempos d' casa na pradaria, para evitar que o cavaleiro desça do cavalo.
Parabéns Zé, que não é todos os dias que se tem um blog amador destacado pela Blue Wine. Até eu, que não sou leão (cof cof), fico vaidosa por um dos meus friends mais próximos e que cozinha à chef, ver referenciado em revista de especialidade o blog onde fala de duas das suas paixões: o bem cozinhar e o saber beber. A propósito, o Barca Velha de 2000 será tão bom como o de 1991?
A propósito da riqueza de Angola, digo, do presidente Eduardo dos Santos, relembro o casamento de uma das filhas, em Luanda. Para o evento foi contratado o cozinheiro do Ritz e foi encomendado à Vista Alegre um serviço de loiça especificamente para o grande dia. Convidados foram às centenas desde ministros a very important people por aparecerem nas revistas cor de rosa. Num país com uma população tão pobre e tanta miséria concerteza que não deve haver casas milionárias na baía de Luanda.
"Muito antes de nos familiarizarmos com o ser amado, às vezes temos a impressão curiosa de que somos velhos amigos. Parece-nos que já o conhecemos de outro sítio qualquer, talvez de uma outra vida ou dos nossos sonhos. Em O Banquete de Platão, Aristófanes explica essa sensação de familiaridade quando diz que o ser amado é a nossa 'outra metade' há muito perdida, a cujo corpo o nosso esteve originalmente unido. No princípio, todos os seres humanos eram hermafroditas, com dois dorsos, quatro pernas, quatro braço e dois rostos, virados um para cada lado, na mesma cabeça. Esses hermafroditas eram tão poderosos e arrogantes que Zeus se viu obrigado a cortá-los ao meio, numa metade masculina e numa metade feminina - e a partir desse dia cada homem e cada mulher passou a viver na ânsia de encontrar a metade que lhes foi amputada."
Antes de entrar para o cinema, dirigi-me à casa de banho, abri a porta e avancei, distraída. Perante a visão de louças sanitárias diferentes das habituais, dei uma meia volta muito rápida e se não corei foi porque nenhuma das ditas louças tinha no momento utilizador. Juro que não fiz de propósito.
Uma das frases no Indiana Jones acerta em cheio, se deixarmos. Há uma altura em que a vida deixa de te dar coisas e começa a tirar-te, diz Mr Ox enquanto Indiana contempla a fotografia do pai falecido.
Na verdade não me admirava excessivamente que alguns tops de livros e discos fossem fabricados como forma de influenciar as vendas; imagine-se o seguinte cenário: uma editora lança um disco e decide promovê-lo comprando centenas de exemplares com o propósito único de o fazer entrar para a lista dos mais vendidos e, chegando aí, tem meio caminho andado de publicidade já feito. É sabido que as pessoas vão atrás do que vende, dos tops e top +, dos restaurantes cheios, das filas, isto deve ter uma explicação psico-sociológica qualquer para além da que descortino, que me parece ser a necessidade de identificação com o grupo e, convenhamos, algum espírito de 'seguidismo'...
Não entendo. Temos em Portugal défice de leitura, as pessoas lêem pouco e mal, existem ainda índices de analfabetismo consideráveis, uma iliteracia preocupante e um constante violar de elementares regras de Português; Por outro lado há livros que estão meses seguidos nos top's de vendas, existe uma pretensa literatura massificada e banal que ombreia nos escaparates com os livros que nos revolvem por dentro. Lê-se em Portugal? E o quê? E será que é melhor ler qualquer coisa que não ler nada? Uma boa leitura não é aquela que nos questiona, maravilha e melhora como seres humanos? Ou lemos apenas para passar o tempo?
Aprecio estes dois. Não sendo bonitos, direi mesmo pelo contrário, são de um charme que muito aprecio e nos filmes em que os vi, rendi-me às respectivas interpretações. Em All the Kings' men Sean Penn fez-me sua fã (quase) incondicional.
A tosse está a ir embora (muito) devagarinho e deixa-me legado: um incómodo que as semanas sem tratamento correcto transformaram numa dor que oprime ao tossir e respirar fundo.
é curioso que quase ninguém da minha vida material conhece este blog como sendo meu, a que escreve sob o nome de vague. a maior parte dos meus amigos lá de fora não é muito dado a escritas e creio que, por desconhecimento e inapetência, encara a blogosfera como passatempo inútil sendo que não me apetece explicar-lhes o inexplicável, que para mim escrever é como respirar e que tal como as plantas precisam de humidade e de orvalho para florir, assim sou eu. nestes posts e nos meus blogs não estou propriamente eu, não estou só eu e nenhum post me capta inteira, escapo-lhes sempre, avessa a categorizações, receosa talvez que alguém me consiga ler e entender e eu fique para aquela pessoa categorizável na prateleira X, o que vai contra a força vital, espontaneidade e lealdade a que presto vassalagem quando consigo ser eu, quando consigo ser maior do que eu. claro é para mim que tudo o que escrevo é auto-consciente do carácter público da blogosfera, pese embora eu utilizar um nick e o não o meu nome para assinar.
estou tão farta do sabor dos rebuçados para a tosse - os do Dr. Bayard - que começo a ficar seriamente preocupada com a perspectiva de desgostar de doces. deve ser triste uma pessoa olhar para uma bola de berlim e não sentir o desejo proibido de a possuir. it's insane! vou fazer limonada antes que piore.
insistimos tanto no amor no amor essa fragilidade. temos a velha utopia da família feliz, como escreveu um autor. exaltadas pela paixão descem as estrelas à terra e quando se aferem os níveis de sangue, suor e lágrimas que elas exigem para poisar, calma, espera um pouco, vou primeiro fumar um cigarro e pensar na vida.
tudo pode ser transitório, pensa bem. amanhã se calhar não sentes isso e entretanto terás posto em causa o futuro que ainda tens hoje. pode não bastar mas é teu.
mas que futuro? pergunta-lhe outra voz. a indiferença de viver ao lado de quem não sente o coração a bater ao mesmo compasso? a paz podre dos arranjos domésticos porque ai os filhos ai a casa? e a perturbação triste de não conseguir suportar os silêncios d(es-partilhados). mas. mas há a casa, este conforto, os meus livros e os teus vê como ficam bem lado a lado são da mesma colecção, e não te esqueças, o fogão já o tinhas mas o frigorífico fui eu que o comprei, e as férias de verão na casa alugada a meias com os cunhados graças a Deus elas dão-se bem, e há os filhos, por eles tudo, mãe já não gostas do pai e a lágrima a espreitar não se sabe de onde veio.
outra voz viu a fogueira que as outras faziam e juntou-se-lhes, falando em tom profético: filha, eu já vi muito. o amor dificilmente bate uma segunda vez à porta de quem um dia o rejeitou. o amor verdadeiro, ah o amor verdadeiro... a voz suspirou e no centro daquele respirar sentiu-se a leve brisa da madrugada. tenho que fechar a janela do quarto, estou com frio. continua por favor, voz. só te queria dizer que sem te aperceberes vais passar a vida inteira à procura do que rejeitaste ou adiaste, é a mesma coisa. adiar é dizer adeus. o amor não espera, tem tantas pessoas a unir. abriu os braços e saltou.
Há uns anos, no Teatro Villaret, o António Feio aborreceu-se a sério porque alguém da audiência não conseguia parar de tossir pelo que interrompeu o espectáculo dizendo que não tinha condições para continuar (nessa altura podia-se ouvir uma mosca na sala). Entretanto, instado pelo Zé Pedro Gomes e após um sermão que o auto-apaziguou sobre pessoas que deviam ficar em casa em vez de vir para o teatro perturbar o trabalho dos outros, lá recomeçou... Antes que se levante a dúvida, digo já: Não fui eu!
Hoje deixei o dia correr-me lentamente entre os dedos e permiti-me o luxo de uma folga que infelizmente não me libertou da culpa de a ter. Tento contorná-la porque sei que preciso, de quando em vez, de um espaço para mim e as minhas coisas, em dias que não sábados e domingos. Gosto de ir contra a corrente, de ir a centros comerciais de semana e durante o dia, de passar os domingos à tarde em casa (sobretudo quando chove), de ir ao supermercado às 9h de sábado ou às 22h durante a semana. Não quero que seja o telejornal a ditar-me a hora do jantar. Sei que faço frequentemente o oposto. Porque às vezes é difícil ir contra a corrente e - importante - porque às vezes me apetece ser levada docemente na corrente e não ser refém nem de mim mesma. Vai uma tosse a acompanhar o café?
É um cansaço e uma sonolência que exaurem. Aos acessos da tosse cujo intervalo se espaça mais agora que passam 4 dias de medicação, sucede este cansaço, esta sonolência. Por isso hoje inventei o tempo à minha medida, essencial para me perspectivar, respirar fundo e... esquecer(me) um pouco.
É uma das primeiras e maiores referências. Admiro-lhe a força interior, a serenidade, a lealdade e o sentido da palavra dada, garante último dos compromissos (Se todos fossem como eu não seriam precisos contratos assinados). É um cavalheiro. E é meu pai.
A Manuela Moura Guedes não terá ninguém que a aconselhe sobre o pouco sensual efeito das boquinhas e do Botox inchado-quase-a-rebentar? Há coisas que ou se fazem bem feitas ou se deixa aos cuidados do tempo, que tudo cura, até a ilusão de perfeição. Mulher esperta - e que nenhum menino esteja a ler ou vai já para a cama de castigo! faz as coisas discretamente, de forma a que se note sem que se note. Certo, meninas?
Sou a estrela do mar Só ele obedeço, só ele me conhece Só ele sabe quem sou no principio e no fim Só a ele sou fiel e é ele quem me protege Quando alguém quer à força Ser dono de mim
abstenho-me de querer saber de que 'cor' partidária são os meus colegas bloggers, para poder exprimir o q penso sem a tentação de me deixar condicionar pelas simpatias pessoais, que são muitas e completamente alheias a opções políticas desde que não comprometam a capacidade de (se)pensar própria. o que escrevo não é dirigido a ninguém, não é recado (tenho pouca paciência para recados, simplesmente porque não sinto necessidade deles). o que escrevo é resultado da simples manifestação do pensamento e da liberdade de pensar. quando oiço o PCP louvar o PC chinês, prestando-lhe solidariedade, "porque isto é tudo dor de cotovelo das potências imperialistas que vêm a China emergir como uma grande potência económica, camaradas", dá-me uma enorme vontade de rir, primeiro; depois pergunto-me se os comunistas em geral se revêm nesta linha uniformizadora de pensamento único. não acredito, sei que não, não pode ser. agora... como é possível que o PCP, oficialmente, louve um regime ditatorial, opressor, profundamente desrespeitador dos direitos humanos, dos direitos laborais, dos direitos sociais? como é possível que o líder parlamentar do PCP, Bernardino Soares, louve o regime da Coreia do Norte, hum? pois é, são perguntas de retórica, eu não percebo nada de política.
Vou eu em viagem pelo país real ou, noutra expressão banalizada pela publicidade, vou para fora cá dentro, quando me deparo com este enternecedor burrinho, animal inteligente e sociável. Tão sociável é este que não ouso aproximar-me mais que a distância que separa na foto o fotografado e o fotógrafo.
O Museu do Oriente é inaugurado dia 8 de Maio 08 e está instalado num grande edifício na Doca de Alcântara desenhado pelo arquitecto João Simões nos anos 30 e agora readaptado pelo atelier de João Luís Carrilho. São sete pisos e uma área de 15.500 metros quadrados, onde convivem três espaços distintos de exposição. O museu promete uma programação vasta e variada. (Cont.)
Alergias. Tosse, tosse, tosse. Aerius. Codipront. Tosse a passar. Muito melhor da tosse. Quase boa. Mau estar. Falta de energia. Início de prostração. Tremo como se de uma pequena ressaca se tratasse, tenho pesadelos. Razão? Possível interacção com medicamentos sabe-se lá quais e aqueles possíveis efeitos secundários que não acontecem a não ser a 1 em 1000; eu sou excepcional, não se duvide, não faço parte dos anónimos '1000'. E páro medicação. Sinto-me melhor. Tosse espreita possível caminho livre e avança feroz, levando-me à quase exaustão física. E eu ou vou ao hospital hoje que não posso e não quero esticar a corda da garganta ou vou mesmo ao hospital hoje. Como é que se costuma dizer? Haja saúde (cof).
A Casa da Cascata, ou Fallingwater* no original, é tão pouco humana, tão perfeita e tão ligada aos elementos naturais que não parece ter nascido de criação humana. A arte perfeita tem este efeito em mim: assusta-me e fascina-me.
A propósito do post anterior, lembrei-me de uma casa cuja visão é brutal: nas linhas de génio, no enquadramento, na envolvência do meio ambiente. Pura poesia!
É interessante apercebermo-nos que não é a atitude indiferente e hostil que faz valer determinada posição ou ponto de vista mas sim a cordialidade discreta; competências que ajudam a controlar* emocionalmente um ambiente.
* Não aprecio demasiado a palavra controlar aplicada no contexto das relações humanas, mas é incontornável que o nosso comportamente pode condicionar o comportamento de outrém. Não deverá ser assim necessariamente para pessoas avisadas; uma pessoa zangada não nos deve fazer reagir da mesma forma; pelo contrário uma abordagem calma pode desarmá-la. É o mesmo que dizer que as atitudes podem ser armas que desarmam, passe o trocadilho um pouco coxo mas foi o que se arranjou agora e quem dá o que pode a mais não é obrigado.
______ que em determinados contextos não me gosto de levar demasiado a sério; que não sendo uma personagem pública me posso dar ao luxo de ser intimista quando me apetece; que me disperso porque não gosto que me rotulem; que quando voo sou eu própria;
____que devíamos ter um cão para nos adorar e um gato para nos ignorar.
.....................eu acredito .......................numa certa ideia de destino ................. .. ..como a que se adivinha .................... ..na cumplicidade ..................... .de um casal .......................como este
Inventamos o destino porque temos medo de constatar que o pouco sentido que as nossas vidas parecem ter é afinal obra nossa, que não existe uma lista (e, portanto, nenhum destino à nossa espera) e que o facto de encontrarmos ou não encontrarmos alguém num avião tem apenas o significado que lhe quisermos atribuir - por outras palavras, o pavor de que não haja um Deus a escrever a nossa história e, desse modo, a garantir os nossos amores.
I am making black marks on white paper. These marks are my thoughts, and although I do not know who you are reading this now, in some way the lines of our lives have intersected... For the length of these few sentences, we meet here.